Após duas semanas de paralisação, os professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) decidiram encerrar a greve. A decisão foi tomada na tarde desta sexta-feira (24) em uma votação apertada, organizada pela Apufsc-Sindical, o sindicato que representa os docentes. Dos 1.505 votos, 767 foram a favor da proposta do governo e do fim da greve, enquanto 717 foram contra, e houve 21 votos em branco.
A principal demanda dos professores era a melhoria salarial. Inicialmente, o governo federal havia anunciado que não haveria reajuste para a categoria em 2024. Em resposta, os docentes exigiram um aumento de 22%. Após negociações, o governo apresentou uma contraproposta no dia 15 de maio, oferecendo um reajuste escalonado até 2026: 13,6% para os professores com salários mais altos e 31,2% para aqueles com os salários mais baixos. Com a aprovação dessa proposta, a expectativa é que uma reunião seja agendada em breve para a assinatura do acordo.
Essa decisão marca a terceira votação entre os professores em dois meses. A primeira, realizada no início de abril, rejeitou a greve por uma pequena margem. Porém, um mês depois, uma nova votação aprovou a paralisação, que começou oficialmente no dia 7 de maio. Os alunos da UFSC aderiram à greve uma semana depois, no dia 14 de maio.
Apesar do fim da greve dos professores, os servidores técnico-administrativos em educação (TAEs) da UFSC continuam paralisados. Eles reivindicam um reajuste salarial e uma reestruturação da carreira. Em uma assembleia realizada na última quinta-feira (23), a categoria, representada pelo Sintufsc, rejeitou a proposta do governo de um aumento de 9% em 2025 e 5% em 2026, optando por manter a paralisação.
Os estudantes da UFSC também decidiram continuar a greve, mesmo após o término da paralisação dos professores. Em uma reunião emergencial do Diretório Central dos Estudantes (DCE), realizada às 17h desta sexta-feira, os alunos decidiram manter a greve iniciada em 14 de maio. O DCE emitiu uma nota oficial explicando que a luta dos estudantes é pela recomposição do orçamento e pela melhoria das condições de estudo e trabalho, abrangendo áreas como a moradia estudantil, a biblioteca, o restaurante universitário e o hospital universitário.
Com essas deliberações, a UFSC segue parcialmente paralisada, com professores retomando suas atividades, enquanto servidores e alunos continuam a luta por melhores condições. Um novo ato dos servidores foi convocado para a próxima segunda-feira (27), sinalizando que as negociações e mobilizações ainda estão longe de chegar a um consenso final.
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