A paralisação da obra de macrodrenagem no bairro Rio Vermelho, em Florianópolis, gerou grande indignação entre os moradores. Essa obra, iniciada em outubro de 2022, era um sonho antigo da comunidade, que sofre com constantes alagamentos toda vez que chove por muitas horas na região. A recente decisão judicial de suspender os trabalhos, tomada a pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), foi um duro golpe para aqueles que esperavam por uma solução definitiva para o problema.
Um garçom de 42 anos, que mora no bairro há mais de duas décadas, é um dos muitos moradores revoltados com a paralisação. Ele lembra de uma chuva forte no final de maio, quando ficou em casa por medo de perder seus pertences para os alagamentos, sacrificando um dia de trabalho. Ele e seus vizinhos estavam cheios de esperança com a obra de macrodrenagem, que finalmente parecia próxima de ser concluída, beneficiando inúmeras ruas do bairro.
Na última terça-feira, a notícia de que a Justiça havia concedido uma liminar paralisando a obra caiu como uma bomba. O motivo: a falta de licenciamento ambiental adequado, conforme alegado pelo MPSC. Mesmo com a obra quase terminada, a decisão trouxe frustração e desespero. Para esse morador, a paralisação justo quando os trabalhos chegaram em frente à sua rua, a Gerberas, é difícil de entender. Ele relata que, sempre que chove, as ruas alagam e se tornam intransitáveis, especialmente para quem tem mobilidade reduzida.
Um engenheiro, morador recente do bairro, também expressou sua indignação. Ele destaca a importância da obra para a comunidade e a frustração de ver tudo parar quando estava tão perto da conclusão. Ele lembra que várias ruas, incluindo Tulipas e Onze Horas, ficam alagadas até o joelho quando chove, e acredita que a conclusão da obra é essencial para a dignidade dos moradores.
Os relatos dos moradores são acompanhados de um compilado de fotos e vídeos mostrando as condições das ruas durante os alagamentos. As imagens mostram crianças e idosos enfrentando dificuldades para se locomover, veículos danificados e água invadindo as casas.
A prefeitura, por sua vez, lamentou a decisão e afirmou que a obra seguiu todas as orientações para preservação ambiental. A administração municipal prometeu recorrer da decisão, destacando que a paralisação afeta diretamente a vida dos moradores, que enfrentam alagamentos frequentes.
Uma moradora do bairro há 18 anos também está desesperada com a situação. Ela conta que os alagamentos frequentes danificam móveis e impedem a saída de casa. Para ela, a obra de macrodrenagem era a única esperança de um futuro melhor para a comunidade.
O MPSC justificou a paralisação alegando a ausência de licenciamento ambiental necessário para a obra de macrodrenagem. O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC) já havia embargado a obra, mas os trabalhos continuaram. Durante uma vistoria, o IMA encontrou sinais de assoreamento e poluição, reforçando a necessidade de suspensão até a regularização ambiental.
Se a prefeitura descumprir a decisão judicial, poderá enfrentar uma multa de R$ 100 mil. Enquanto isso, os moradores do Rio Vermelho aguardam ansiosamente uma resolução que permita a retomada e conclusão da obra, trazendo alívio para quem sofre há tanto tempo com os alagamentos.
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