Em Florianópolis, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) enfrentou uma decisão crucial após um mês de greve dos professores: a manutenção ou suspensão do calendário acadêmico de 2024. A greve, que começou em 11 de maio, levou a um atraso significativo nas aulas, forçando o Conselho Universitário a se reunir nesta sexta-feira (7) no auditório Garapuvu para debater o futuro do ano letivo.
O Cenário da Votação
A sessão, marcada por intensos debates e divergências entre os conselheiros, durou mais de quatro horas. Foram apresentados três pareceres distintos sobre a suspensão do calendário. O primeiro, proposto pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), era contrário à suspensão e recebeu 36 votos favoráveis contra 28. O segundo, vindo dos diretores de centro, também se opôs à suspensão, obtendo 37 votos favoráveis e 26 contrários. Já o terceiro parecer, do relator conselheiro Edgar Bisset Alvarez, que apoiava a suspensão, foi rejeitado com 26 votos favoráveis e 38 contrários.
Decisão Final e Repercussão
Dessa forma, a decisão foi tomada com base nos pareceres majoritários, resultando na rejeição da suspensão do calendário acadêmico. Nove centros de ensino e campi se manifestaram contrários à suspensão, enquanto cinco eram favoráveis. A Câmara de Graduação também se posicionou contra, reforçando a necessidade de iniciar o próximo semestre letivo de forma unificada para todos os cursos.
A votação foi realizada em uma sessão aberta à comunidade acadêmica, que lotou o auditório Garapuvu, acompanhando a deliberação tanto presencialmente quanto por transmissão online. A reunião foi encerrada às 18h18min, sem que outros pontos da pauta fossem discutidos.
Contexto da Greve e Demandas
A greve, que abrange todo o país, foi iniciada em 15 de abril, com os professores de universidades e institutos federais reivindicando um aumento salarial. As demandas incluem um reajuste de 7,06% ainda em 2024, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em 2026. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, entretanto, argumentou que o orçamento não comporta reajustes salariais neste ano. A proposta final do governo, assinada pelo Proifes, oferece um aumento de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026, variando entre 13,6% e 31% dependendo do nível salarial.
O Comando Local de Greve da UFSC emitiu uma nota afirmando que a resposta do governo foi insuficiente, abordando apenas parcialmente as demandas salariais e de carreira. Críticas também foram feitas quanto à exclusão dos aposentados e à falta de recomposição do orçamento das instituições federais. Em resposta ao impasse, o presidente Lula convocou uma reunião com os reitores das universidades para discutir o orçamento e tentar resolver a paralisação. O encontro está agendado para a próxima segunda-feira (10) em Brasília.
Conclusão
Com a decisão de manter o calendário acadêmico, a UFSC busca minimizar os impactos da greve e garantir a continuidade das atividades acadêmicas em 2024. A comunidade universitária agora aguarda os desdobramentos das negociações entre o governo e os representantes dos professores, que definirão o futuro dos reajustes salariais e o fim da paralisação. A reunião de segunda-feira promete ser um marco importante na busca por uma solução para a greve que afeta o ensino superior em todo o Brasil.
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