Florianópolis, reconhecida por suas oportunidades de emprego qualificado e pela alta qualidade de vida, enfrenta desafios importantes no acesso a políticas públicas, especialmente para as populações mais vulneráveis, como negros, pardos e indígenas. Mesmo com bons indicadores econômicos, como o elevado salário médio e uma economia estável, a capital catarinense ainda precisa avançar em questões de equidade e inclusão.
Um dos principais obstáculos é a infraestrutura de mobilidade. A cidade atrai muitos trabalhadores de municípios vizinhos, como São José e Palhoça, que enfrentam longas jornadas de deslocamento diário. Isso se agrava pela falta de planejamento urbano, pela pressão imobiliária e pelos altos custos de aluguel e transporte, que dificultam ainda mais a vida de quem precisa se deslocar. O trânsito congestionado e as tarifas de transporte público pesam no dia a dia desses trabalhadores, que muitas vezes nem participam das decisões políticas locais por residirem em outras cidades.
Outro desafio é o acesso à saúde. Embora Florianópolis tenha sido referência nacional em atenção básica, essa cobertura vem se deteriorando, principalmente nas áreas mais carentes. As longas filas para exames e atendimentos especializados revelam uma falha no sistema que atinge, principalmente, as populações mais vulneráveis. As gestões recentes têm priorizado a privatização dos serviços de saúde, o que enfraqueceu a atenção básica, antes modelo para outras cidades brasileiras.
Além disso, o debate sobre igualdade de gênero e a participação de minorias no cenário político local ainda é tímido. A cidade, que já foi mais inclusiva, hoje encontra dificuldade em acolher novas lideranças, especialmente mulheres e representantes de grupos historicamente excluídos. Isso reflete diretamente na qualidade das políticas públicas que são criadas e implementadas, deixando muitos fora do processo de tomada de decisões.
A realidade de Florianópolis mostra que, para garantir uma cidade mais inclusiva e justa, é preciso repensar a mobilidade urbana, a saúde pública e as políticas de igualdade. O debate sobre essas questões é essencial para que a capital catarinense se torne um lugar melhor para todos, onde as oportunidades sejam distribuídas de forma mais equitativa e a participação política seja verdadeiramente plural.
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