O catarinense Francisco Wanderley Luiz, de Rio do Sul, morreu após provocar uma explosão nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira (13). Francisco, que era conhecido em sua cidade como Tiü França, causou pânico entre os servidores que passavam pela Praça dos Três Poderes, onde ficam os principais prédios do governo federal, incluindo o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. No momento da explosão, diversos trabalhadores estavam saindo do expediente e circulando pela área.
Antes do incidente, Francisco esteve no Anexo IV da Câmara dos Deputados, onde ficam muitos dos gabinetes dos deputados federais de Santa Catarina. A presença dele no local não era novidade: ao longo dos últimos meses, ele fez várias visitas ao Congresso Nacional e chegou a encontrar-se algumas vezes com o deputado Jorge Goetten, do Republicanos, com quem conversava sobre o passado e sobre sua vida. O deputado, que conhecia Francisco há mais de 30 anos, comentou que o ex-empresário aparentava estar depressivo e que a separação recente tinha agravado seu estado emocional. Nas redes sociais, Francisco adotou um discurso mais radical pouco antes do atentado e chegou a postar uma foto dentro do STF, com a legenda “a raposa entrou no galinheiro”.
Morando em Ceilândia, região de Brasília, há cerca de quatro meses, Francisco tentou acessar o STF na quarta-feira, mas foi impedido devido ao controle de segurança no local. Pouco tempo depois, ele ativou os explosivos no carro que estacionou próximo ao STF. Dentro do veículo, havia outros materiais explosivos e tijolos que, se ativados, poderiam ter causado maiores danos e atingido pessoas a longa distância.
A polícia do Distrito Federal informou que o carro usado por Francisco, um Kia Shuma prateado, continha mais explosivos que não chegaram a ser acionados. Além disso, no apartamento onde ele morava em Ceilândia, foram encontrados outros materiais explosivos, indicando que ele já vinha planejando o atentado. As investigações foram iniciadas pelo STF, e o caso poderá ser adicionado ao inquérito que apura os ataques de 8 de janeiro, quando manifestantes radicais invadiram e vandalizaram sedes dos Três Poderes.
Em Rio do Sul, Francisco era conhecido como chaveiro e ex-dono de baladas. Durante as restrições da pandemia, chegou a ser abordado pela polícia por organizar uma festa em meio às regras de distanciamento social. Em 2020, Francisco foi candidato a vereador e declarou bens no valor de R$ 263 mil, incluindo veículos e um prédio residencial.
As autoridades continuam apurando as causas e possíveis motivações para o ato, mas até agora, as declarações de pessoas próximas sugerem que Francisco enfrentava problemas de saúde mental, especialmente após o divórcio e o distanciamento de sua família.
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