Um esquema de corrupção envolvendo desvio de verbas públicas destinadas a projetos sociais levou à prisão do pastor Marcos André Pena Ramos, de Florianópolis, na última terça-feira (3). Ele é apontado pela Polícia Civil como o principal beneficiado na operação “Pecados Capitais”. Entre 2020 e 2022, cerca de R$ 40 milhões foram destinados a entidades ligadas ao pastor, que apresentou uma evolução patrimonial “meteórica e sem justificativa”, segundo o inquérito.
O esquema, investigado pela polícia, teria sido montado em parceria com Jeferson Amaral da Silva Melo, ex-secretário adjunto de Assistência Social, também preso na operação. Enquanto Ramos geria o Núcleo de Recuperação e Reabilitação de Vidas (Nurrevi) e ocupava a vice-presidência do Instituto Aminc, Melo era responsável por abrir editais que favoreciam exclusivamente as instituições ligadas ao pastor.
Como o Esquema Funcionava
As investigações apontam que as entidades recebiam valores acima dos serviços prestados, desviando verbas públicas por meio de contratos superfaturados para lavanderias, transportes, manutenção e compra de equipamentos. Parte desse dinheiro teria sido lavada através de negócios do pastor, como um café adquirido por valor abaixo do mercado e um bistrô de alto padrão em São José.
Apesar de manter uma imagem de vida simples nas redes sociais, com publicações ao lado da família e mensagens motivacionais, Ramos acumulou um patrimônio avaliado em mais de R$ 5 milhões. Ele é dono de uma cobertura no Estreito, um sítio em Canelinha, uma BMW 2023 e uma casa em construção em Biguaçu.
Desdobramentos e Defesa
O pastor foi afastado de suas funções no Nurrevi pelo próprio tio, atual presidente da Aminc, que também está sendo investigado. A polícia apurou que, mesmo afastado, Ramos continuou como vice-presidente do Instituto Aminc e teria cooptado outros envolvidos para validar prestações de contas fraudulentas.
Em nota, a Prefeitura de Florianópolis afirmou que os fatos investigados ocorreram entre 2020 e 2022, antes da administração atual. A gestão atual teria iniciado auditorias e aplicado sanções contra as entidades envolvidas.
Os advogados de Ramos e Melo sustentam a inocência de seus clientes e prometem apresentar elementos que esclareçam os fatos. Já as ONGs envolvidas declaram total confiança no trabalho das autoridades e garantem colaborar com as investigações.
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