O Carnaval de Rua de Florianópolis, uma das manifestações culturais mais aguardadas na cidade, está no centro de um debate após a Prefeitura anunciar um leilão para concessão de espaços públicos à iniciativa privada. A medida gerou questionamentos entre blocos tradicionais e foliões, levantando preocupações sobre o futuro da festa popular.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o prefeito Topázio Neto desmentiu rumores sobre a suposta “privatização” do Carnaval de Rua. “O Topázio vai privatizar o carnaval de rua, agora vai ter que pagar por isso, tremenda bobagem”, afirmou. Ele destacou que a iniciativa busca atrair empresas para patrocinar a infraestrutura dos eventos. “O leilão é voltado para empresas que queiram expor sua marca no carnaval e, em troca, essas empresas vão dar a estrutura para os blocos gratuitamente, ao invés de a Prefeitura ter que pagar por isso”, explicou.
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Blocos tradicionais expressam preocupações
O edital, publicado no último dia do ano, prevê a realização do leilão no dia 22 de janeiro, com contratos válidos por três anos. Porém, blocos históricos como o Berbigão do Boca, responsável por abrir oficialmente o Carnaval de Florianópolis, manifestaram preocupação. Para eles, as mudanças podem afetar o modelo de apoio tradicional que inclui fornecimento de banheiros químicos, segurança e reparos estruturais.
A festa do Berbigão do Boca, marcada para 21 de fevereiro, atrai milhares de foliões anualmente e depende tanto de recursos próprios quanto do suporte da Prefeitura. Outros blocos menores, como o Pauta que Pariu, que há três décadas anima o centro da cidade, também estão receosos sobre possíveis impactos no financiamento e na logística do evento.
No Norte da Ilha, tradição em risco
No bairro Santo Antônio de Lisboa, o Baiacu de Alguém, um dos maiores blocos do Norte da Ilha, teme que o modelo de concessão encareça os eventos e prejudique a essência democrática do Carnaval de Rua. A principal preocupação é que a “privatização” reduza o acesso ao evento, afetando blocos menores e limitando a inclusão de foliões.
A expectativa é de que a parceria com a iniciativa privada possa trazer benefícios, aliviando os custos para a Prefeitura e garantindo a manutenção da festa. O compromisso do município em preservar a tradição do Carnaval popular e gratuito será decisivo para a aceitação da medida por parte da população e dos organizadores.
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