Florianópolis está gerando repercussão internacional devido a um surto de gastroenterite que afeta tanto moradores quanto turistas. O jornal argentino Clarín destacou a situação da cidade, ressaltando declarações do prefeito Topázio Neto, que responsabilizou a venda de alimentos nas praias, especialmente o queijo coalho, pelo aumento de casos da doença. Essa justificativa, no entanto, gerou polêmica e foi criticada, com especialistas apontando outros fatores como possíveis causadores da virose.
O governo de Santa Catarina, por meio de suas declarações, minimizou a gravidade do surto e apontou a venda de alimentos irregulares como o principal vetor de contaminação. O prefeito Topázio também reforçou essa linha, dando destaque ao “queijinho” como possível culpado. No entanto, especialistas, como o engenheiro de alimentos Alex Copetti de Araújo, discordam dessa explicação. Segundo ele, o queijo coalho é um produto curado, de baixo teor de água e assado na hora, o que torna improvável que seja a fonte de contaminação.
Além disso, o jornal argentino trouxe à tona um outro ponto importante: a poluição nas praias de Florianópolis. Em 2023, a cidade enfrentou uma epidemia de norovírus, e muitos acreditam que a poluição marítima tenha sido um dos principais fatores para a propagação da doença. O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA/SC) também apontou a poluição das águas como uma das causas para a deterioração da qualidade das praias da capital. Essa questão ambiental, aliada ao surto de gastroenterite, coloca a cidade em uma situação delicada, especialmente considerando o papel do turismo como uma das maiores fontes de renda local.
A situação se agravou ainda mais quando o prefeito, ao ser questionado sobre o vídeo em que culpa o queijo pelo surto, declarou que não considerava a repercussão negativa. Pelo contrário, ele afirmou que o vídeo lhe trouxe milhares de novos seguidores nas redes sociais, além de expressivas curtidas e compartilhamentos. Para muitos, essa resposta demonstrou uma falta de sensibilidade em relação à gravidade do problema.
O surto de gastroenterite, que já é o maior da série histórica da cidade, continua a afetar a população. Autoridades locais minimizam a situação ao atribuí-la a alimentos irregulares e não abordam a questão da poluição de maneira contundente. Por isso, o Clarín fez questão de destacar a incoerência nas declarações, lembrando a grave situação das áreas impróprias para banho em Florianópolis.
O episódio é um reflexo da necessidade urgente de uma gestão ambiental mais eficaz e de uma resposta mais séria diante de surtos como esse. A cidade, que era reconhecida por suas belas praias, agora se vê em um cenário de crise de saúde pública, com repercussão negativa no exterior.
Entre na comunidade do AGORA FLORIPA e receba informações gratuitas no seu Whatsapp!