O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) está cobrando esclarecimentos sobre os atos de violência registrados durante o clássico entre Avaí e Figueirense, realizado no dia 25 de janeiro, no estádio Aderbal Ramos da Silva, em Florianópolis. O jogo, que deveria ser uma celebração do futebol catarinense, foi marcado por cenas lamentáveis de agressões entre torcedores e desrespeito às forças de segurança, levando à abertura de uma investigação para identificar os responsáveis e adotar medidas que evitem novos episódios como esse.
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Antes mesmo do apito inicial, os sinais de que o clássico poderia terminar em confusão já estavam evidentes. Um boneco foi pendurado em um viaduto no caminho para o estádio, simulando um torcedor enforcado, em um ato de provocação. Além disso, torcedores foram flagrados em ônibus do transporte coletivo trafegando com os tetos cobertos de pessoas, aumentando os riscos de acidentes e desordem.
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A 29ª Promotoria de Justiça da Capital recebeu o relatório detalhado da Polícia Militar sobre os incidentes ocorridos no entorno e dentro do estádio. Diante das diversas ocorrências registradas, o MPSC notificou as torcidas organizadas envolvidas para que prestem informações sobre sua participação nos tumultos. O Município de Florianópolis também terá que explicar como foi autorizada a liberação do transporte coletivo para os torcedores sem a devida escolta policial, algo que, segundo as autoridades, pode ter contribuído para a escalada da violência.
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As forças de segurança identificaram que, além das agressões, cartazes com cenas de confrontos anteriores foram colados em postes próximos ao estádio, numa clara tentativa de incitar a violência entre os torcedores. Além disso, alguns indivíduos alegaram ser membros de torcidas organizadas, mas nem sequer possuíam ingressos para a partida, levantando suspeitas de que estavam no local apenas para provocar confusão.
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O Promotor de Justiça responsável pelo caso destacou a importância de identificar falhas na segurança para evitar novos episódios de violência. Entre as medidas em andamento, estão a análise de imagens para identificar os autores dos atos violentos, o levantamento de informações sobre a liberação dos ônibus e a responsabilização dos envolvidos. Diversos termos circunstanciados já foram lavrados contra pessoas flagradas incitando a violência no dia do jogo, e elas agora aguardam audiências para possível imposição de penalidades. Caso os infratores não aceitem as sanções, o caso será levado à esfera criminal.
O Município de Florianópolis e as torcidas organizadas notificadas terão um prazo de 10 dias para apresentar suas justificativas sobre os fatos. Além disso, o relatório da Polícia Militar foi enviado para a 12ª Promotoria de Justiça da Capital, que atua na área da moralidade administrativa, para avaliar a conduta de um servidor público supostamente envolvido nos eventos.
O MPSC reforça que está empenhado em identificar não apenas os envolvidos nos confrontos, mas também aqueles que organizam as brigas antes da chegada da polícia. A análise detalhada das informações prestadas pelas torcidas organizadas e pelo Município será fundamental para definir quais providências serão adotadas para evitar que a violência volte a manchar o futebol catarinense.
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