A onda de calor que atinge Florianópolis nos últimos dias tem tornado a vida da população ainda mais difícil. A capital catarinense foi a segunda mais quente do Brasil nesta quarta-feira (12), registrando sensação térmica de 44°C. No entanto, quem depende do transporte público enfrenta uma situação ainda pior: menos de 4% dos ônibus convencionais têm ar-condicionado.
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De acordo com os dados, Florianópolis conta com 452 ônibus convencionais, mas apenas 16 possuem climatização. Ao mesmo tempo, a cidade tem a tarifa mais cara do país: R$ 6,90 no pagamento em dinheiro. Enquanto isso, a Prefeitura destina R$ 120 milhões em subsídios ao sistema de transporte, sem exigir melhorias na frota convencional.
O desconforto causado pela falta de climatização tem gerado revolta entre os passageiros. Com ônibus lotados e janelas abertas que pouco aliviam o calor, muitos relatam mal-estar e dificuldades para enfrentar as viagens diárias. O calor extremo também coloca em risco a saúde dos passageiros, principalmente idosos e pessoas com problemas cardíacos.
Contrato não prevê ar-condicionado nos ônibus convencionais
O contrato firmado em 2014 entre a Prefeitura de Florianópolis e o Consórcio Fênix, responsável pelo transporte público da cidade, não inclui ar-condicionado nos ônibus convencionais. Somente os ônibus executivos, que são 73 ao todo e cobram passagens de até R$ 18, oferecem o conforto do ambiente climatizado.
Para mudar essa situação, seria necessário renegociar o contrato com a empresa, mas até o momento, a Prefeitura não sinalizou qualquer medida concreta para garantir que a frota convencional passe a contar com climatização.
Prefeitura aposta em sistema de ventilação
Diante das críticas, a Prefeitura tem apostado em sistemas de renovação de ar, que estão presentes em 51% dos ônibus. Esses equipamentos conseguem reduzir a temperatura interna em até 5°C em relação ao ambiente externo. No entanto, os passageiros afirmam que a medida não é suficiente para amenizar o desconforto durante a onda de calor.
Apesar da situação crítica, a Prefeitura afirma que está buscando soluções. Foi solicitado ao governo federal um financiamento para a compra de 23 ônibus elétricos e 23 movidos a combustível, todos com ar-condicionado. No entanto, não há previsão de quando esses veículos estarão disponíveis para a população.
Outras capitais estão mais avançadas
Enquanto Florianópolis enfrenta esse problema, outras capitais brasileiras estão bem mais avançadas na climatização do transporte público. Em São Paulo, cerca de 90% da frota possui ar-condicionado, enquanto Porto Alegre tem 75% dos ônibus climatizados. Isso mostra que é possível oferecer um transporte mais digno e adequado às condições climáticas, desde que haja planejamento e vontade política.
Enquanto aguardam melhorias, os passageiros de Florianópolis têm recorrido a soluções improvisadas, como levar garrafinhas de água, usar leques e tentar se posicionar longe do sol dentro dos ônibus. Muitos se perguntam até quando precisarão enfrentar essa situação, sem uma previsão clara de melhorias no transporte coletivo da cidade.
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