A intensa movimentação de turistas argentinos e os congestionamentos nos pedágios da BR-101 foram temas de destaque na sessão desta terça-feira (11) da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Parlamentares se dividiram entre comentários sobre a chegada em massa de argentinos ao estado para compras e duras críticas às concessionárias responsáveis pela principal rodovia do litoral catarinense.

Invasão argentina e crise econômica
A vinda de turistas argentinos para compras em cidades catarinenses, especialmente no Extremo Oeste, gerou repercussão. O tema foi abordado no contexto da crise econômica na Argentina, que enfrenta uma inflação anual de 117% e juros de 29% ao ano. O impacto da situação é evidente no consumo básico: o gás de cozinha, que antes custava R$ 25, agora chega a R$ 60, levando muitas famílias a atravessarem a fronteira em busca de preços mais acessíveis em mercados brasileiros.
O fluxo de argentinos nas cidades catarinenses tem sido notável, a ponto de supermercados locais divulgarem promoções em castelhano. Diferentemente do que ocorre do lado argentino, onde brasileiros vão principalmente para comprar vinhos, os vizinhos têm cruzado a fronteira em busca de alimentos essenciais. O cenário contrasta com o plano anunciado pelo governo de Javier Milei de construir uma cerca na divisa com o Brasil, em Dionísio Cerqueira, área de livre circulação entre os dois países.
Críticas às filas nos pedágios da BR-101
Enquanto o turismo de compras movimenta a fronteira, motoristas enfrentam transtornos nas rodovias catarinenses, especialmente na BR-101, onde filas nos pedágios geram revolta. O alto fluxo de veículos rumo às praias e a falta de agilidade das concessionárias Autopista Litoral Sul e CCR foram alvos de críticas, com cobranças diretas à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que, segundo parlamentares, tem sede no estado, mas não age para fiscalizar os problemas.
A demora nas filas dos pedágios, que por lei não podem ultrapassar 15 minutos, tem sido ignorada. Apesar de reuniões entre as concessionárias e órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, parlamentares afirmam que as discussões não geraram soluções práticas. Foi anunciada a intenção de acionar o Ministério Público Federal (MPF) e exigir medidas mais rigorosas do Procon estadual, que tem o poder de aplicar sanções.
Caos na BR-101 e promessas de soluções
Além dos congestionamentos nos pedágios, a situação da BR-101 preocupa devido a constantes acidentes e obras que afetam o trânsito. Durante o verão, o problema se agrava, com filas quilométricas a qualquer hora do dia, inclusive durante a semana. O Morro dos Cavalos, as vias marginais e as manutenções necessárias também foram citados como pontos críticos da rodovia, reforçando a necessidade de melhorias urgentes.
Diante do cenário caótico, parlamentares prometem pressionar para que medidas efetivas sejam adotadas. A abertura das cancelas nos pedágios em casos de longas filas, já prevista na legislação, foi uma das exigências reforçadas. Além disso, a Comissão de Transportes pretende intensificar os debates sobre os desafios da BR-101 e buscar soluções que garantam mais fluidez e segurança para quem trafega pela principal rodovia do litoral catarinense.
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