Para muitas famílias da Grande Florianópolis, conviver com o autismo é uma jornada cheia de amor, descobertas e também desafios. Um dos momentos mais delicados no dia a dia de quem cuida de uma criança autista é quando ela enfrenta uma frustração — algo tão simples quanto um brinquedo que não funciona ou uma mudança inesperada na rotina pode causar uma reação intensa e difícil de entender à primeira vista.
Mas existe um caminho possível e respeitoso para ensinar a criança a lidar com essas emoções. E tudo começa com acolhimento, paciência e estratégias adaptadas à forma como ela percebe o mundo.
Por que a frustração é tão difícil para crianças autistas?
Crianças com transtorno do espectro autista (TEA) têm, muitas vezes, dificuldades com a comunicação, a flexibilidade e a autorregulação emocional. Isso significa que mudanças, barulhos, interrupções ou negativas podem ser percebidas de forma mais intensa e gerar desconforto extremo. Como nem sempre conseguem expressar com palavras o que estão sentindo, acabam reagindo com choros, gritos, agressividade ou retraimento.
Por isso, é tão importante que os adultos ao redor saibam como ajudar nessas horas.
O que os especialistas recomendam?
Com base em materiais de instituições e publicações técnicas da área de saúde, educação e psicologia, existem algumas estratégias que podem ser bastante eficazes:
✔️ Antecipação é tudo: Crianças autistas costumam reagir melhor quando sabem o que vai acontecer. Usar rotinas visuais, quadros de horários ou até conversar com antecedência sobre mudanças pode ajudar bastante a evitar frustrações.
✔️ Nomear as emoções: Mesmo que seu filho ainda não fale, você pode ajudá-lo a entender o que sente. Dizer frases como “Você está bravo porque o tablet desligou” ou “Eu sei que isso te deixou triste” valida o sentimento e mostra que você está junto.
✔️ Ensinar formas seguras de se expressar: Algumas crianças podem aprender a usar cartões com desenhos ou aplicativos para comunicar quando estão irritadas. Outras, podem aprender a se retirar para um cantinho calmo. O importante é criar alternativas para que elas se sintam seguras ao demonstrar o que sentem.
✔️ Respirar junto: Técnicas de respiração, como inspirar e soltar o ar lentamente, podem ser ensinadas de forma lúdica e repetida. Com o tempo, isso se transforma em um recurso para acalmar o corpo e a mente.
✔️ Reforçar positivamente os avanços: Sempre que seu filho conseguir lidar com uma situação difícil de forma tranquila, valorize esse momento com carinho, palavras positivas ou uma pequena recompensa simbólica. Isso reforça o comportamento saudável.
Evite punições ou broncas severas
Na hora da crise, gritar, castigar ou obrigar a criança a “parar” tende a piorar a situação. O ideal é criar um ambiente seguro e acolhedor, onde ela possa se acalmar com sua ajuda. A punição apenas gera medo e reforça a sensação de descontrole.
Procure apoio especializado
Cada criança é única, por isso é essencial contar com acompanhamento de profissionais como psicólogos, terapeutas ocupacionais, pedagogos e fonoaudiólogos especializados em TEA. Muitos atendimentos estão disponíveis em redes públicas ou com parcerias sociais na Grande Florianópolis.
Você não está sozinho
Criar uma criança autista é uma missão que exige sensibilidade, presença e informação. Mas também é uma oportunidade rica de aprendizado para toda a família. Ensinar seu filho a lidar com frustrações é um passo importante para que ele cresça com mais autonomia, autoestima e qualidade de vida.
Papais e Mamães da Grande Florianópolis, vocês têm um papel fundamental nessa caminhada. E com apoio, amor e informação, tudo fica mais possível.
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