A Universidade Corporativa da Polícia Rodoviária Federal (UniPRF) anunciou neste sábado (2) que encerrará suas atividades em Florianópolis em fevereiro de 2024, transferindo-se para Brasília. A decisão foi confirmada pelo diretor da UniPRF, Fabrício Colombo, e surpreendeu a comunidade local, incluindo o prefeito licenciado, Topázio Neto.
A mudança, de acordo com o diretor Colombo, tem motivações técnicas e financeiras. Uma das principais razões é a economia de aproximadamente R$ 3,9 milhões por ano com o aluguel de um espaço de 80 mil metros quadrados em Canasvieiras, no Norte da Ilha de Santa Catarina, onde a instituição atualmente opera. Além disso, a transferência faz parte de uma estratégia mais ampla de centralização das escolas de formação em Brasília, onde já estão localizados os centros de treinamento da Polícia Federal, Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e Escola Superior de Guerra (ESG). Colombo enfatizou que a medida permitirá que a UniPRF fique mais próxima da gestão federal.
Desde 2014, a UniPRF em Florianópolis tem desempenhado um papel crucial na formação, capacitação e especialização de policiais rodoviários federais, atendendo a pelo menos 5 mil agentes anualmente. Além disso, a universidade corporativa também tem recebido efetivo de outras instituições, como o Ministério Público estadual.
A decisão de transferência ocorre em meio a uma mobilização política pela permanência da UniPRF em Florianópolis, uma vez que estima-se que a instituição tenha injetado cerca de R$ 65 milhões na economia da capital catarinense em 2022.
O prefeito licenciado Topázio Neto, que está atualmente em viagem à Coreia do Sul, manifestou surpresa com a notícia e divulgou uma nota expressando seu descontentamento. Ele alegou que vinha mantendo conversas com o governo federal para a permanência da UniPRF em Florianópolis e que tinha garantias de que qualquer decisão seria discutida previamente. O acordo, segundo Topázio, foi estabelecido durante uma audiência com o ministro da Justiça, Flavio Dino, em Brasília, realizada em abril. O prefeito licenciado afirmou ainda que, se a decisão já estiver tomada, a prefeitura buscará a reversão dessa medida em Brasília.