A tensão no antigo Terminal de Integração do Saco dos Limões (Tisac), em Florianópolis, aumentou significativamente devido ao aumento da presença de indígenas, que, segundo relatos, cresceu pelo menos dez vezes desde o início da temporada. Atualmente, mais de 500 indígenas ocupam a área, incluindo o terreno vizinho, vindo de regiões do interior de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul para vender artesanato durante o verão.
Os moradores locais, incomodados com a expansão do grupo e as condições precárias de ocupação, solicitam soluções urgentes por parte do poder público. O presidente de uma associação local expressou preocupação com a situação, destacando a necessidade de um local adequado para os indígenas e questionando a viabilidade de uma casa de passagem no Tisac.
Um morador residente próximo ao Tisac relatou o aumento das tensões desde a chegada dos indígenas, destacando problemas como atropelamentos, sujeira e esgoto lançado no córrego adjacente ao terminal.
As autoridades municipais e os indígenas estão em um impasse quanto à posse do terreno. Os indígenas alegam que a União cedeu a área a eles, enquanto as autoridades municipais contestam essa afirmação e acionaram a SPU (Secretaria de Patrimônio da União) para resolver a questão.
No final do ano passado, a Justiça determinou que as autoridades municipais apresentassem um cronograma de execução para melhorias no local com base em um projeto da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). No entanto, o município apresentou um novo projeto, aguardando a manifestação do MPF (Ministério Público Federal) para realizar as melhorias e construir a casa de passagem.
A procuradoria-geral do município destacou que a construção proposta é dentro do terminal e visa reestruturá-lo, respeitando as necessidades dos indígenas. O Ministério dos Povos Indígenas atua para evitar conflitos judiciais e buscar soluções que respeitem os direitos indígenas.
O líder indígena chegou a afirmou que estão construindo um território permanente no terreno ao lado do terminal, enquanto buscam a criação da casa de passagem no Tisac. Os indígenas argumentam que a área atual não é suficiente nem oferece condições dignas. O impasse continua enquanto as autoridades municipais aguardam a manifestação do MPF para prosseguir com as melhorias.