Na noite de quarta-feira (14), a Câmara de Vereadores de Florianópolis aprovou, em primeira votação, o Projeto de Lei 19044/2024, proposto pela Prefeitura. O projeto prevê a internação involuntária de pessoas em situação de rua, com 17 votos a favor, quatro contrários, uma abstenção e uma ausência no plenário.
A legislação proposta institui o “tratamento por meio da internação humanizada de pessoas com dependência química e/ou transtornos mentais”, com ou sem o consentimento da pessoa abordada. A internação seria aplicada a cidadãos em situação de rua que se enquadrem em critérios como dependência química crônica, vulnerabilidade social, riscos à integridade física própria ou de terceiros, e incapacidade de emitir opiniões devido a transtornos mentais.
O pedido de internação involuntária poderia ser feito por familiares, responsáveis legais, ou servidores públicos da área de saúde e assistência social. Antes do encaminhamento, seria necessário obter um termo de consentimento livre e esclarecido para internação psiquiátrica.
A internação, com duração máxima de 90 dias para desintoxicação, seria autorizada apenas por médico registrado no Conselho Regional de Medicina (CRM) do estado. A família ou o representante legal poderia solicitar a interrupção do tratamento a qualquer momento.
Se aprovada na segunda votação, a lei exigiria regulamentação em até 30 dias pela prefeitura. O prefeito Topázio Neto expressou a intenção de sancionar a lei imediatamente, destacando a necessidade de agir para internar aqueles incapazes de tomar decisões por si mesmos.
A votação foi dividida entre os vereadores, com alguns apoiando o projeto e outros se opondo. A segunda votação está programada para a próxima segunda-feira (19).
Os defensores do projeto argumentam que a internação involuntária é uma medida necessária para lidar com situações em que pessoas em situação de rua apresentam dependência química ou transtornos mentais, colocando em risco a própria segurança e a de terceiros.
Por outro lado, os opositores levantam preocupações sobre a possibilidade de violação dos direitos individuais e a falta de garantias para um tratamento humanizado. A discussão acalorada durante a votação reflete a sensibilidade do tema, destacando a necessidade de equilíbrio entre intervenção e respeito aos direitos civis.
A segunda votação, marcada para a próxima semana, será crucial para definir o destino do projeto. Se aprovado, o município terá a responsabilidade de regulamentar a lei e implementar as ações propostas. O debate em torno da internação involuntária continua a despertar questionamentos sobre a abordagem adequada para lidar com questões complexas relacionadas à saúde mental e dependência química entre a população em situação de vulnerabilidade.
A favor do projeto
- Adrianinho (Republicanos)
- Bericó (União Brasil)
- Claudinei Marques (Republicanos)
- Dalmo Meneses (União Brasil)
- Diácono Ricardo (PSD)
- Dinho (União Brasil)
- Gabriel Meurer – Gabrielzinho (Podemos)
- Gilberto Pinheiro – Gemada (Podemos)
- Jeferson Backer (PSDB)
- João Cobalchini (União Brasil)
- João Luiz
- Josimar Pereira – Mamá (União Brasil)
- Manu Vieira (Novo)
- Maryanne Mattos (PL)
- Pri Fernandes (Podemos)
- Renato da Farmácia (PSDB)
- Roberto Katumi (PSD)
Contra o projeto
- Cíntia – Mandata Bom Viver (Psol)
- Tânia Ramos (Psol)
- Afrânio Boppré (Psol)
- Carla Ayres (PT)
Abstenção
- Maikon Costa (PL)
Ausente
- Gui Pereira (Podemos)
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