O Ministério Público de Santa Catarina acaba de apresentar denúncia contra cinco empresários do setor de pescados, acusados de formar uma associação criminosa para receptar e distribuir cargas de salmão importado do Chile, roubadas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Além disso, eles enfrentam acusações de falsificação e uso de etiquetas falsificadas nos produtos.
A investigação teve início após dois roubos de carga de salmão chileno no Rio Grande do Sul, totalizando 45 toneladas do produto. Importadores da região de Itajaí, ao perceberem que suas cargas também haviam sido subtraídas, notaram que um dos acusados estava anunciando o mesmo tipo de mercadoria por um preço abaixo do mercado.
A Polícia Civil conduziu as investigações até uma peixaria em Palhoça e um galpão em Paulo Lopes, onde as cargas roubadas eram armazenadas. Além de manter os pescados em depósito, os suspeitos utilizavam uma impressora especial para adulterar os sinais identificadores, como etiquetas e selos de certificação. O produto era posteriormente transportado e vendido para peixarias e restaurantes.
Dois outros destinos dos pescados roubados foram identificados em Florianópolis, onde uma peixaria no bairro Estreito e outra em Santo Antônio de Lisboa distribuíam os produtos ilícitos.
A promotora de Justiça Nicole Lange de Almeida Pires sustenta que os acusados formaram uma associação estável e permanente, visando adquirir, transportar, armazenar, expor à venda e vender salmão roubado, além de adulterar os sinais identificadores. Os crimes incluem associação criminosa, receptação qualificada, falsificação de documento e uso de documento falso.
A denúncia foi apresentada em 29/2 e aguarda o recebimento pelo Poder Judiciário. Após esse processo, os acusados terão o direito à defesa e ao contraditório durante o curso do processo penal. A Operação Salmão revela uma trama complexa que envolve a pesca ilegal e a comercialização de produtos de origem ilícita, colocando em evidência a atuação conjunta das autoridades na busca pela justiça.