A Prefeitura de Florianópolis iniciou nesta quinta-feira (14) a construção da fundação do novo terminal lacustre da Lagoa da Conceição, que integra as obras de revitalização do entorno da nova ponte. A edificação será erguida sobre o aterro em rocha de área total de 850 metros quadrados executado nos mesmos moldes dos que também já foram feitos para receber as cabeceiras dessa importante travessia para a região. Os serviços vêm sendo liderados pela Secretaria de Transporte e Infraestrutura.
Até o momento, foi executado cerca de 20% das obras do entorno da nova ponte. Por conta dos trabalhos que começaram nesta quinta-feira (14), o estaqueamento de concreto que vinha acontecendo desde setembro referente à base do trapiche do novo terminal lacustre (de onde saem embarcações do Centrinho para a Costa da Lagoa, e vice-versa) teve uma pausa.
Vale lembrar que as obras do entorno da nova ponte começaram com a desmontagem do deck do atracadouro público próximo do terminal lacustre atual, localizado no Centrinho, à esquerda da cabeceira da ponte existente sentido Rendeiras. E que, o atual terminal continua funcionando normalmente, uma vez que será desativado somente quando o novo estiver pronto, o que está previsto acontecer até julho.
Com estrutura arquitetônica moderna, essa nova estrutura está sendo edificada a cerca de 40 metros do atual, também sentido Avenida das Rendeiras. Ele será composto de área para espera das embarcações coberta com bancos de madeira e sanitários com acessibilidade, e bicicletários, além de controle de acesso e zeladoria.
Mais tarde, após a demolição da atual ponte da Lagoa da Conceição – que ocorrerá somente após a conclusão da nova ponte – os aterros das duas cabeceiras “antigas” ganharão ampla infraestrutura de lazer com áreas de contemplação das belezas naturais, playground, academia de ginástica e praça públicas.
Obra da nova ponte da Lagoa
As obras da Prefeitura de Florianópolis de construção da nova ponte da Lagoa da Conceição estão com três frentes de serviços: o de cravação das estacas metálicas da fundação dos pilares de sustentação da travessia, o de estaqueamento em madeira do escoramento provisório da ponte em si, e o de concretagem do P2, o segundo dos nove pilares a serem construídos, sendo que cada um deles terá 12 estacas metálicas. Detalhe: o P1, na verdade, é mais uma marcação. É que ele não precisou ser construído, já que ficará no mesmo nível da cabeceira da ponte do lado do Centrinho.
No próximo sábado (16), aliás, será concluída a concretagem do P2, feita em duas etapas – a primeira foi em 02 de março. No mais, desde que os trabalhos começaram, em abril de 2023, foram feitos os dois aterros em rocha que vão abrigar as cabeceiras da ponte, tanto do lado do Centrinho, perto de onde será a rótula do sistema viário de acesso à futura travessia, quanto do lado oposto da lagoa, próximo da Avenida das Rendeiras.
A construção da maior travessia do interior da Ilha de Santa Catarina tem o objetivo ambiental de melhorar a oxigenação entre a Lagoa da Conceição e a Lagoa Pequena, no Campeche. Além de embelezar ainda mais a região com um projeto arquitetônico de tirar o fôlego que engloba a revitalização do entorno da ponte e a melhoria da passagem das embarcações.
Os benefícios de toda essa infraestrutura de ponta vão decorrer do fato de que a altura livre, ou seja, a distância entre a lâmina d’água da Lagoa da Conceição e a ponte a ser edificada, será três vezes maior, se comparado à ponte existente. Isso porque, atualmente, na máxima maré, essa altura é de 1,80 metros, e passará a ser de seis metros. Sendo que a mesma proporção valerá para o vão livre, ou seja, o espaço para a passagem de embarcações sob a ponte, que hoje é de apenas nove metros e será de 30 metros.
De acordo com o projeto executivo, a nova ponte da Lagoa da Conceição ficará à direita da ponte atual – que se encontra desgastada e subdimensionada para o fluxo de veículos da região. Terá estrutura de concreto armado com guarda-corpos e formato curvo, 214 metros de extensão e 17 metros de largura, com duas faixas de rolamento de 3,5 metros de largura. Além de dois passeios (nas laterais de cada faixa) com 2,5 metros de largura e uma ciclovia bidirecional (com duas faixas em sentidos contrários) de 2,80 metros de largura, favorecendo pedestres e ciclistas. Aliás, a geometria da ponte dará condições de conectar a ciclovia das Rendeiras com a ciclovia e a ciclofaixa que vão ligar com o terminal da Lagoa (Tilag), ou seja, permitirá outros modais e dará acessibilidade.
As obras contam com as devidas licenças ambientais provisória (LAP) e de instalação (LAI), concedidas pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), assim como as autorizações da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e da Capitania dos Portos. Elas estão sendo executadas pela empresa Cejen Engenharia Ltda. pelo prazo de dois anos. O investimento é da ordem de R$ 53 milhões.