Um homem acusado de assassinar e posteriormente incinerar sua companheira, uma enfermeira, em crime registrado entre os bairros da Trindade e Lagoa da Conceição, será um dos réus a enfrentar o Tribunal do Júri da comarca da Capital no próximo mês de maio. Ao todo, serão promovidas oito sessões nesse período. São 13 réus, entre homens e mulheres, acusados de crimes contra a vida em Florianópolis. O Conselho de Sentença julgará homicídios e tentativas de homicídio ocorridos nos anos de 2018, 2020, 2021 e 2022.
A motivação dos crimes é a mais variada possível. Há registro de crime cometido em razão da vítima ser do gênero feminino, pela disputa de facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas, por discussão em festa e por ciúmes. O crime com o maior número de réus foi cometido contra um usuário de drogas que ficou em dívida com o tráfico, no Morro do Quilombo. Os seis réus serão julgados em duas sessões, nos dias 16 e 30.
As sessões do Tribunal do Júri da comarca da Capital ocorrem às terças e quintas-feiras, iniciando às 9h, e os julgamentos são abertos ao público.
Confira os crimes
Dia 2 – Na primeira sessão do mês, os jurados analisarão uma tentativa de feminicídio ocorrida no centro de Florianópolis, em janeiro de 2021. Segundo a denúncia, depois de agarrar a vítima e discutir com ela por conta de uma mochila, o réu desferiu diversos golpes com um pedaço de madeira na cabeça da ofendida (processo em segredo de justiça).
Dia 4 – Na mesma semana, será levado à apreciação do Conselho de Sentença o caso de um homem acusado de atirar contra uma pessoa, mas acertar outra. As duas estavam no mesmo veículo. O fato aconteceu no bairro Ingleses, em dezembro de 2018. A vítima sobreviveu, e o crime teria sido motivado por discussão ocorrida em uma festa (0001512-42.2019.8.24.0023).
Dia 9 – O Conselho de Sentença julgará um acusado de homicídio ocorrido em abril de 2022 no cemitério do bairro Itacorubi. Na ocasião, o réu teria ido ao local onde se realizava o velório de seu cunhado, supostamente descumprindo medida protetiva deferida em favor da ex-companheira. Depois de retirado do lugar pelos familiares, o acusado teria golpeado a vítima, que apenas passava pelo local, com uma faca (5063667-88.2022.8.24.0023).
Dia 11 – Um homem e uma mulher serão levados a julgamento popular. Eles são acusados de integrar uma organização criminosa e de participar do homicídio de um adolescente. Segundo a denúncia, em novembro de 2018, dois policiais levaram o adolescente até os acusados, deixando a vítima no local depois de afirmar que ela era da facção rival dos réus. O adolescente foi morto com 10 disparos de arma de fogo. Os policiais também serão julgados pelo homicídio, mas em outra data já definida (processo em segredo de justiça).
Dia 16 – Na semana seguinte, serão submetidos a julgamento três jovens. Eles são acusados, juntamente com outros três que serão julgados no dia 30 (quinta-feira) do mesmo mês, de assassinar um homem em setembro de 2020 na comunidade do Morro do Quilombo, no bairro Itacorubi. Depois do crime, ainda teriam retornado ao local com adolescentes e ateado fogo no cadáver. O homicídio teria sido motivado por dívida que a vítima contraíra com facção criminosa da qual os seis réus seriam integrantes (processo em segredo de justiça).
Dia 18 – Um homem será submetido a julgamento pelo Conselho de Sentença por crime de feminicídio ocorrido em março de 2022, no bairro Trindade. Segundo a denúncia, o companheiro da vítima a asfixiou. Dada inicialmente como desaparecida, o corpo da enfermeira foi encontrado incinerado nas proximidades do morro da Lagoa da Conceição (processo em segredo de justiça).
Dia 23 – Na semana seguinte, o caso que será analisado pelos jurados é de um homem acusado de tentar matar a tiros, em via pública, o namorado da ex-companheira. O fato ocorreu em junho de 2022, no Ribeirão da Ilha (Autos 5083755-50.2022.8.24.0023).
Dia 30 – Serão submetidos a julgamento três jovens. Eles são acusados, juntamente com outros três que serão julgados no dia 16 do mesmo mês, de assassinar um homem em setembro de 2020 na comunidade do Morro do Quilombo, no bairro Itacorubi. Depois do crime, ainda teriam retornado ao local com adolescentes e ateado fogo no cadáver. O homicídio teria sido motivado por dívida que a vítima contraíra com facção criminosa da qual os seis réus seriam integrantes (processo em segredo de justiça).