Um agricultor de 47 anos, que há anos vive no bairro Saco dos Limões, em Florianópolis, foi indiciado por causar um incêndio de grandes proporções ao tentar preparar um terreno para o plantio de aipim. O incidente, que ocorreu no dia 11 de setembro, chamou a atenção das autoridades devido à gravidade da situação, que afetou uma área de preservação ambiental e mobilizou o Corpo de Bombeiros por mais de 12 horas.
Natural de Capinzal, no Oeste de Santa Catarina, o agricultor trabalha há cerca de 15 anos em um terreno cedido por uma família da região, onde cultiva batatas, aipim e outros tubérculos. Na tentativa de limpar a área para o plantio, ele utilizou uma técnica conhecida como aceiro, que consiste em abrir um rastro ao redor da área a ser queimada para evitar que o fogo se alastre. No entanto, essa prática é ilegal nesta época do ano, e, infelizmente, a combinação de um aceiro mal feito, o clima seco e os ventos fortes contribuiu para que as chamas saíssem de controle, atingindo uma área de preservação.
Ao perceber que o fogo estava se espalhando além do previsto, o agricultor tentou contê-lo, mas sem sucesso. Desesperado, ele acionou o Corpo de Bombeiros, que precisou de mais de 12 horas para controlar o incêndio. No total, cerca de 24 mil metros quadrados de vegetação foram queimados, sendo que 9,5 mil metros quadrados faziam parte de uma unidade de conservação ambiental.
As autoridades policiais, após investigação, concluíram que o incêndio foi provocado de forma culposa, ou seja, sem a intenção de causar o dano. Mesmo assim, o agricultor foi indiciado por crime ambiental, conforme previsto na lei 9.605 de 1998. Ele poderá enfrentar uma pena de detenção de seis meses a um ano, além de multa. De acordo com a investigação, a família que cedeu o terreno não será responsabilizada, uma vez que o agricultor assumiu total responsabilidade pelo incidente.
Em uma coletiva de imprensa, representantes da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros destacaram que o agricultor colaborou com a investigação e tentou evitar a tragédia ao chamar os bombeiros. No entanto, ressaltaram a importância de se seguir as leis ambientais e buscar as devidas autorizações antes de realizar qualquer tipo de queima controlada, especialmente em períodos críticos, como o final do inverno, quando o risco de incêndios é elevado.
Este episódio, apesar de ter acontecido em um momento em que o país enfrentava outros incêndios de grande porte, foi classificado como uma infeliz coincidência, sem ligação com os eventos criminosos ocorridos em outras regiões. Aqui, o objetivo do agricultor era apenas preparar o terreno para o plantio, mas o resultado foi um desastre ambiental que poderia ter sido evitado.
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