Estudantes do terceiro ano do Ensino Médio da Escola Maria José Barbosa Vieira (CEMAJOBA), em São José, Grande Florianópolis, denunciaram uma atividade de aula de Português que trouxe questões consideradas ofensivas e que relativizam o racismo. O caso gerou revolta entre os alunos, alguns dos quais se recusaram a responder a avaliação e recorreram às redes sociais para expor a situação.
A atividade, aplicada na semana passada, apresentava perguntas que os estudantes consideraram inaceitáveis. Em uma das questões, a professora questionava: “Por que, então, os negros se queixam tanto do racismo que sofreram?”. Em outra, a provocação era: “Como pode haver racismo no Brasil se não há brancos puros? Justifique”. Tais perguntas causaram desconforto imediato.
De acordo com relatos, um dos momentos mais marcantes foi a quinta questão, que abordava a representação de pessoas negras como “serviçais” e questionava se novelas que limitam esses papéis estariam sendo fiéis à realidade.
Alguns alunos decidiram levar a avaliação para a diretoria depois de se juntarem para discutir o assunto.
Apesar das reclamações, os estudantes afirmaram que, ao questionarem a professora, foram orientados a ler atentamente e continuar o exercício. Essa resposta reforçou o sentimento de desamparo, levando a denúncia a ganhar repercussão.
Resposta oficial e próximas ações
A Coordenadoria Regional de Educação (CRE) de Florianópolis informou que está acompanhando o caso com seriedade. Em nota, o órgão lamentou o ocorrido e reafirmou seu compromisso em combater qualquer tipo de violência dentro e fora das escolas. Também mencionou que setores como o Núcleo de Política de Educação, Prevenção, Atenção e Atendimento às Violências na Escola (NEPRE) estão envolvidos na análise da situação.
O episódio reacende discussões sobre a importância de práticas pedagógicas que respeitem e valorizem a diversidade, além de reforçar o papel das escolas como espaços livres de discriminação. Enquanto as investigações seguem, a comunidade escolar espera por medidas concretas que garantam um ambiente de respeito e inclusão.
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