Uma pesquisa preocupante divulgada nesta terça-feira (28), Dia Internacional da Proteção de Dados, aponta que um terço das crianças e adolescentes brasileiros, entre 7 e 17 anos, mantém perfis abertos nas redes sociais. Isso significa que qualquer pessoa pode acessar publicações, fotos e informações dessas contas, sem a necessidade de autorização. O levantamento foi realizado com 2.006 responsáveis por jovens em todo o país e trouxe dados alarmantes que reforçam a necessidade de atenção redobrada.
Entre as crianças e adolescentes analisados, 75% possuem perfil em alguma rede social, e 61% compartilham informações pessoais, como fotos, localização e até identificação de familiares. Detalhes preocupantes incluem 33% das postagens que expõem uniformes escolares ou a escola frequentada. Para especialistas, esse comportamento aumenta a vulnerabilidade, sendo um prato cheio para fraudes e outros tipos de crimes digitais.

A exposição excessiva é reflexo de hábitos que, muitas vezes, passam despercebidos pelos pais. Enquanto 89% dos responsáveis afirmam estar preparados para proteger a privacidade dos filhos, 73% desconhecem ações que podem levar ao vazamento de dados. O uso de redes públicas de Wi-Fi, a repetição de senhas, o clique em links desconhecidos e o download de aplicativos de origem duvidosa são apenas alguns dos riscos mais frequentes.
O impacto das redes no dia a dia
O uso das redes sociais entre jovens já afeta diretamente a dinâmica familiar. Em São Paulo, uma mãe relatou que sua filha de 12 anos, ao manter o perfil aberto, enfrentou crises de ansiedade, mau humor e choros constantes devido à pressão social das interações online. Mesmo com a prática de esportes e monitoramento diário das redes, a influência do ambiente virtual tem causado danos à saúde mental da adolescente.
Já em Brasília, outras famílias optam por regras mais rígidas para evitar os riscos das redes sociais. Uma mãe de dois meninos impôs limites claros: apenas duas horas diárias de uso, sem postagens públicas. A preocupação não é apenas com a privacidade, mas também com o conteúdo consumido, como preconceitos de gênero, raça e estética, que podem impactar negativamente os jovens.
Um dos filhos, de 13 anos, diz entender as regras da mãe e admite que prefere investir seu tempo em atividades como futebol e conversas presenciais. Segundo ele, o “perfil aberto” fica reservado apenas para os momentos reais com amigos e família.
Como proteger os jovens?
Especialistas alertam que o perfil fechado nas redes é uma medida fundamental para reduzir riscos. A conscientização e a educação digital são apontadas como pilares essenciais para preparar as futuras gerações. Entre as principais recomendações estão:
- Configurar perfis como privados.
- Evitar postar fotos que revelem localizações frequentes ou informações escolares.
- Utilizar senhas fortes e únicas para cada conta.
- Ensinar os jovens a não aceitar solicitações de amizade de desconhecidos.
Além disso, o diálogo dentro de casa é crucial. Acompanhar as atividades virtuais dos filhos e educá-los sobre os perigos das redes são passos importantes para preservar sua segurança e saúde mental.
Em um mundo cada vez mais conectado, a atenção com os dados dos jovens não pode ser negligenciada. A privacidade digital é um dos grandes desafios da atualidade e exige esforço conjunto entre famílias, educadores e a sociedade em geral.
Entre na comunidade do AGORA FLORIPA e receba informações gratuitas no seu Whatsapp!