A primeira embarcação brasileira a servir como “sala itinerante”, após ficar um período “abandonado” e colocado a leilão duas vezes, está de volta. O projeto pioneiro Barco Escola, que não funcionava desde o ano de 2013 por falta de reformas, está pronto para retornar as suas atividades após um investimento realizado pela Prefeitura de São José R$ 352 mil. A embarcação conta agora com novas adaptações, respeitando os requisitos da Capitania dos Portos de Santa Catarina.
O barco pertence ao Centro Municipal de Educação Ambiental Escola do Mar (CME), localizado no bairro Serraria. A aula inaugural está previsto para ocorrer ainda este ano, em data a ser definida, após a vistoria da Capitania do Mar e a reforma do Trapiche da Escola do Mar, que necessita de adequações de segurança às crianças.
A Prefeitura de São José realizou dois processos de licitação, mas não houveram manifestações por parte das empresas privadas. Por isso, contratou diretamente a empresa que ficará responsável pela reforma do trapiche. De acordo com o superintendente-adjunto da Fundação de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Agostinho Mignoni Junior, a gestão compreendeu a importância do projeto para os alunos e para o Município, por isso decidiu dar uma nova chance ao ensino itinerante.
“Ali você não trabalha somente a Educação Ambiental, você trabalha a história, a colonização de São José, você faz a mesma rota mercantil, se fala da vegetação e do bioma costeiro, mastofauna (diversidade de mamíferos), avifauna (diversidade de aves), é um trabalho muito rico”, defende Agostinho.
O Barco Escola é uma embarcação feita em madeira nas cores azul e branca. Possui capacidade para 44 pessoas, sendo 41 passageiros e 3 tripulantes e é equipado com coletes salva-vidas de acordo com a quantidade de pessoas permitidas. Por enquanto, a embarcação está aguardando a liberação no Estaleiro Central Náutica, em Biguaçu.
Inicialmente, a embarcação foi inaugurada em 2008 com o objetivo de propiciar o contato direto das pessoas com o mar, a fim de desenvolver a consciência e ação frente aos problemas ambientais. A “sala de aula flutuante” permite aulas experimentais na Baía de Florianópolis, promove a educação ambiental e a preservação do meio ambiente, por meio de atividades pedagógicas. São observados vários locais, como manguezais, vegetação costeira, fazendas de maricultura, fortalezas da Ilha de Santa Catarina e o estudo de espécies marinhas.
Segundo o professor, André Roberto da Silva Colla, o Centro Municipal de Educação Ambiental Escola do Mar atende alunos das demais unidades da Rede, por meio de agendamento. “A proposta pedagógica é expor e incentivar os alunos de várias idades a reconhecer a preocupação com o meio ambiente”.