Na manhã desta sexta-feira (12), barqueiros da Bacia da Lagoa mobilizaram um protesto em resposta à recente proibição de travessias para a paradisíaca Ilha do Campeche, conhecida como o “Caribe Brasileiro”. A medida, imposta antes mesmo do início da temporada, tem gerado desafios e reivindicações por parte dos trabalhadores locais.
A Ilha do Campeche, famosa por suas águas cristalinas, cobra até R$ 280 por pessoa em passeios que partem de três pontos autorizados pela prefeitura. No entanto, pescadores e barqueiros enfrentam obstáculos, sendo proibidos de realizar a passagem com passageiros, pois não fazem parte das associações que possuem licença para operar os passeios.
Mesmo com o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) estabelecido com o Ministério Público Federal, que permite o desembarque de apenas 800 pessoas na ilha, uma brecha que era anteriormente tolerada foi fechada no último ano. O MPF proibiu qualquer travessia por aqueles que não possuem autorização e licença.
A prefeitura de Florianópolis afirma que novas reuniões estão sendo realizadas para discutir o assunto, visando flexibilizar as operações, mas sempre priorizando a preservação do meio ambiente e do ecossistema local.
Com a imposição da liminar, aqueles que não fazem parte das associações e realizarem a travessia podem ser multados em até R$ 1.000,00. A fiscalização fica a cargo da Guarda Municipal de Florianópolis, que utiliza tecnologia avançada para monitorar as atividades.
Pescadores e barqueiros argumentam que não estão em conflito com as associações, mas buscam o direito de trabalhar na região. Alegam que todas as embarcações possuem licenças das capitanias dos portos e desejam realizar as travessias como meio de sustento de suas famílias.
A presidente da associação destaca que qualquer aumento na capacidade de visitantes à ilha e nas travessias só será considerado após estudos de impactos ambientais e a implementação de um plano de manejo, visando evitar consequências negativas. Até lá, as regras estabelecidas devem ser observadas rigorosamente. A situação permanece em discussão, com a comunidade local aguardando por uma resolução que concilie os interesses dos trabalhadores e a preservação ambiental.