Na sequência do rompimento da caixa d’água da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) no bairro Jardim Atlântico, em Florianópolis, a concessionária apresenta intenção de indenizar as vítimas.
Durante uma reunião com os moradores na tarde de sexta-feira, Moritz afirmou que a Casan está comprometida em reparar os danos causados por essa tragédia. Segundo a Casan, este pagamento constituirá uma antecipação da indenização, o que significa que será calculado com base em um percentual dos danos materiais já levantados a partir de um cadastro e vistorias no local.
Importante notar que cada caso está sendo avaliado individualmente, portanto, não há uma quantia pré-definida para essas indenizações. Os pagamentos serão realizados por meio de transferência eletrônica direta (TED) ou PIX, e, caso o morador não possua conta bancária, por meio de cheque.
O presidente da Casan também enfatizou que esta primeira liberação de recursos é apenas uma antecipação e que a avaliação para a indenização total ainda está em andamento.
Neste sábado (9), a Casan vai providenciar o transporte dos moradores afetados e cadastrados para o Centro Integrado de Operação, localizado no bairro Estreito, onde eles poderão conferir os laudos iniciais de perdas e avaliar os valores da antecipação com base nas informações de mercado. O transporte será disponibilizado a partir das 9h na tenda montada pela Casan na Comunidade, em frente à Igreja do Sapé.
No entanto, a Casan ainda não divulgou informações sobre os valores máximos ou mínimos que serão pagos aos afetados. Terão direito a essa antecipação os moradores que se cadastraram após o acidente e tiveram suas casas vistoriadas, sendo que aproximadamente 150 residências já passaram por esse processo.
Para investigar as causas do rompimento do reservatório no bairro Monte Cristo, o diretor-presidente da Casan, Edson Moritz, emitiu duas portarias internas para tomar providências. A primeira delas é a elaboração de um relatório técnico detalhado sobre a situação de todos os reservatórios da Casan em um prazo máximo de cinco dias úteis. A segunda envolve a coleta de informações e documentos relacionados às preocupações da Defesa Civil sobre infiltrações no reservatório R4 e as ações tomadas em resposta.
Uma comissão foi nomeada para reunir as informações solicitadas, e o presidente da Casan liderou a primeira reunião de trabalho. Além disso, foram revelados e-mails que indicam que a Casan solicitou, cerca de 16 meses antes do colapso, que a construtora Gomes & Gomes realizasse reparos urgentes no reservatório. A Casan havia firmado contrato com essa empresa para construir três reservatórios de água, incluindo o que se rompeu.
O reservatório em questão foi inaugurado em março de 2022, e os e-mails demonstram que a Casan alertou a construtora sobre infiltrações em maio de 2022, apenas dois meses após a inauguração. No entanto, a razão pela qual o reservatório foi mantido abastecido mesmo após os alertas da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros ainda não foi esclarecida.
A Casan reforça que a causa do rompimento ainda está sob investigação e, após a conclusão do laudo, a estrutura será demolida. A empresa Gomes & Gomes declarou que aguarda a conclusão do laudo pericial e não identificou uma causa para o incidente, colaborando plenamente com as investigações.
Além dessas medidas, a Casan planeja realizar inspeções em todos os reservatórios da empresa nas áreas onde atua com fornecimento de água e tratamento de esgoto dentro de cinco dias.
Para relembrar o incidente, o rompimento da caixa d’água no bairro Monte Cristo ocorreu na madrugada da quarta-feira (6) e causou destruição em aproximadamente 150 residências na região continental de Florianópolis. Moradores relataram ter alertado as autoridades sobre vazamentos no local nos meses anteriores.
A Casan informou que o reservatório R4 do Monte Cristo permanecerá totalmente esvaziado, com o registro de entrada fechado e o registro de esvaziamento removido. No entanto, o reservatório circular adjacente, em operação há três décadas, continua a fornecer água sem riscos para os moradores. A empresa também está prestando assistência aos moradores afetados, fornecendo alimentos, roupas e produtos de higiene em tendas montadas na região da Paróquia do Sapé.
Neste momento, a população afetada por essa tragédia aguarda com expectativa o início das compensações financeiras que podem aliviar parte do sofrimento causado pela destruição de suas casas e pertences. A Casan, sob escrutínio público e das autoridades, enfrenta um desafio crucial para determinar as responsabilidades e a extensão dos danos, enquanto os moradores buscam respostas sobre o que levou ao colapso do reservatório.
À medida que as investigações continuam e os moradores começam a receber as antecipações das indenizações, a cidade de Florianópolis permanece unida em solidariedade aos afetados por esse trágico evento. A história dessa tragédia ainda está sendo escrita, com a busca por justiça e ressarcimento se tornando o foco central das atenções.
À medida que novas informações emergem e as autoridades prosseguem com suas investigações, a comunidade espera não apenas respostas para as perguntas pendentes, mas também a garantia de que medidas rigorosas serão tomadas para prevenir incidentes similares no futuro. A segurança e o bem-estar da população estão em jogo, e a Casan enfrenta a responsabilidade de restaurar a confiança da comunidade e cumprir seu compromisso de mitigar os danos causados por esse terrível episódio.