Florianópolis acaba de dar um importante passo na medicina pública. Pela primeira vez, uma cirurgia complexa de reconstrução de membro inferior foi realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em um paciente com osteossarcoma, um dos tipos mais agressivos de tumor ósseo. O procedimento aconteceu no Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), que pertence ao Governo do Estado de Santa Catarina.
O osteossarcoma é mais comum em crianças e adolescentes, especialmente entre os 10 e 20 anos, fase em que os ossos crescem mais rápido. Esse tipo de câncer atinge principalmente os ossos longos, como o fêmur e a tíbia, principalmente na região do joelho. Por ser um tumor tão agressivo, muitas vezes o tratamento envolve a amputação do membro afetado. Mas, neste caso, graças a um procedimento inovador, o jovem paciente conseguiu manter a perna.
A cirurgia consistiu na substituição completa do fêmur, da articulação do joelho e também do quadril. Para isso, foi utilizada uma endoprótese biarticulada — uma estrutura interna feita especialmente para substituir partes do osso com precisão. Esse tipo de reconstrução é um avanço porque permite que o paciente continue usando sua própria perna, sem precisar de próteses externas, muletas ou andadores.
A operação durou cerca de quatro horas e meia. O paciente passou por um acompanhamento cuidadoso depois da cirurgia e também recebeu tratamento com quimioterapia. Dez dias depois, ele teve alta e pode voltar para casa, com a esperança renovada.
A equipe médica responsável destacou que, se houvesse amputação, a adaptação seria muito mais difícil, principalmente para um jovem. A chance de seguir caminhando com sua própria perna representa uma grande vitória.
Esse foi o primeiro procedimento desse tipo realizado no Cepon, mas já é praticado em outros centros especializados no Brasil. Agora, com essa conquista, Florianópolis entra para a lista de cidades que oferecem esse tipo de cirurgia pelo SUS, o que significa mais opções de tratamento para quem enfrenta tumores ósseos.
Além do aspecto técnico, o Cepon também se preocupa com o acolhimento dos jovens durante o tratamento. A unidade tem uma ala especial voltada para adolescentes e jovens adultos a partir dos 15 anos, pensada para oferecer um cuidado mais humano, com atenção às emoções e bem-estar dos pacientes.
Esse avanço é motivo de orgulho para Santa Catarina. A cirurgia inédita mostra que a medicina pública catarinense está avançando e pode oferecer tratamentos modernos, eficazes e humanos. A esperança e a qualidade de vida de muitos jovens agora têm mais chances de florescer.
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