A situação dos moradores da Praia do Forte, em Florianópolis, segue indefinida. A Justiça Federal aguarda a posição da União sobre a demolição de oito imóveis na região, enquanto moradores e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) se preparam para uma nova audiência de conciliação. O objetivo é buscar uma solução para o impasse que envolve famílias que vivem no local há gerações e a necessidade de preservação da histórica Fortaleza de São José da Ponta Grossa.
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Os moradores afirmam que são descendentes de pescadores e rendeiras e que suas famílias estão na área desde o século 18. Para eles, a retirada representa o fim de uma tradição e de uma história de vida construída no local. O comerciante Ivânio Alves da Luz, de 65 anos, por exemplo, administra um restaurante na Praia do Forte há mais de 45 anos, um negócio herdado da família. Outros familiares também têm suas residências ameaçadas, e alguns já retiraram os pertences de casa com medo de perder tudo na demolição.
Já o Iphan sustenta que a Fortaleza e seu entorno pertencem à União e que as construções foram feitas sem autorização, desrespeitando normas para preservação do patrimônio histórico. O instituto afirma que as ocupações irregulares dificultam a finalização das obras de restauração, que incluem melhorias na acessibilidade, paisagismo e sinalização do local.
A polêmica vem se arrastando há anos. A decisão judicial que determinou a demolição dos imóveis é antiga, mas o Iphan reforça que não foi o autor da ação. O pedido partiu da União, que quer regularizar a posse da área.
Recentemente, a União consultou o Iphan sobre a possibilidade de negociar uma solução alternativa. O instituto afirmou que está aberto ao diálogo dentro dos limites de sua atuação, desde que a União também concorde em negociar. Com isso, a demolição foi temporariamente suspensa até que haja uma resposta definitiva.
Enquanto aguardam o próximo passo, os moradores vivem a incerteza do futuro. Para eles, deixar a Praia do Forte significa perder um pedaço da história de suas famílias. A esperança agora é que a audiência de conciliação traga uma solução justa para todos os envolvidos.
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