No Festival Escolar da Canção de Florianópolis, a parceria entre Aleph Serralheiro Arceno e sua prima Júlia Jorge de Souza roubou a cena e conquistou corações. Aleph, um estudante de 12 anos da rede municipal, desempenhou um papel especial como intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais), garantindo que a bela voz de Júlia, de 10 anos, brilhasse ainda mais ao traduzir em sinais a canção “Um Mundo Bem Melhor” – a versão brasileira de “We Are the World”. A performance emotiva e inclusiva rendeu à dupla o primeiro lugar na categoria Pimpolho, em empate com Nawton Gilvane Bastos, da EBM Antônio Paschoal Apóstolo.
O Caminho até o Palco
Aleph, aluno do 7º ano na Escola do Futuro da Tapera, começou seu envolvimento com Libras em 2023. Motivado pela mãe, Winnie, que fazia curso noturno de Libras, ele passou a frequentar as aulas e rapidamente se destacou por sua habilidade natural em interpretar. Ele participou de projetos como o Clube de Libras e as aulas de tradução com a professora Juliana Sousa Pereira. Ao perceber seu talento e paixão, a professora Michele Dias incentivou Aleph a usar suas habilidades em eventos escolares.
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Após uma experiência não tão bem-sucedida na etapa regional do festival no ano anterior, Aleph formou uma nova parceria com Júlia, que estava animada para subir ao palco com a ajuda do primo. “Foi a segunda vez que eu cantei no festival, e agora tive minha voz interpretada em Libras pelo Aleph. Foi muito emocionante!”, disse Júlia, radiante com a vitória.
O Impacto da Interpretação em Libras
A participação de Aleph foi um exemplo brilhante de inclusão e acessibilidade, destacando a importância de tornar a arte e a cultura acessíveis a todos. “Eu fiquei muito feliz com o convite do Festival da Canção porque eu gosto muito de interpretar música e mostrar para as pessoas o que eu sei na área de Libras”, disse Aleph. Sua habilidade em combinar sinais com expressão corporal e facial encantou o público e mostrou como a interpretação pode enriquecer a experiência musical para pessoas com deficiência auditiva.
Sucesso e Futuro
Além da apresentação no festival, Aleph também treinou outras músicas para eventos como o Seminário de Educação Inclusiva e a Festa da Família. Embora a rotina de ensaios tenha sido intensa, ele perseverou e entregou uma performance memorável. A vitória no festival foi uma confirmação de seu talento e dedicação. “Ele estava bem cansado, mas eu o incentivei bastante porque é sempre assim, né? Quando ele aparece, ele dá um show!”, conta a professora Michele.
Aleph e Júlia planejam participar novamente no próximo ano, aproveitando a confiança e a experiência adquiridas. “Fazer dupla com a Júlia e ganhar foi muito legal!”, disse Aleph, enquanto Júlia completou: “Ficar em primeiro lugar foi gratificante porque tinham muitas crianças talentosas, e isso me deixou ainda mais confiante e alegre com o resultado.”
Um Sonho em Libras
O interesse de Aleph por Libras vai além do festival. Sua mãe, Winnie, revelou que ele sonha em seguir uma carreira na área, com planos de fazer um curso técnico de tradução e interpretação de Libras/Português no IFSC e depois, no ensino superior, estudar Letras Libras na UFSC. Em casa, mãe e filho praticam juntos, com Aleph sempre disposto a corrigir e ensinar Winnie.
A Escola do Futuro da Tapera
A Escola do Futuro da Tapera, onde Aleph estuda, oferece a todos os alunos do ensino fundamental a oportunidade de aprender Libras como componente curricular obrigatório. O Clube de Libras e o projeto Libras Mídias, liderado pela professora Michele Dias, proporcionam atividades complementares que incentivam a produção de materiais didáticos bilíngues e a participação ativa dos alunos na comunidade escolar.
A história de Aleph e Júlia no Festival Escolar da Canção não é apenas sobre uma vitória musical, mas também sobre inclusão, colaboração e o poder transformador da educação e da acessibilidade.
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