Uma estudante da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, usou as redes sociais para expor a situação crítica da moradia estudantil onde vive. Segundo o relato, o local está sem o básico: falta água, luz nos corredores e até gás para preparar alimentos. A jovem, que cursa Direito e está na quinta fase, contou que mais de 150 estudantes enfrentam essas mesmas dificuldades diariamente.
Em um vídeo publicado nesta quarta-feira, a estudante relatou que abriu a torneira para beber água e o líquido saiu amarelado, com aparência e cheiro semelhante ao de água de esgoto. Além disso, a falta de água quente torna os banhos impossíveis com a chegada do frio. Ela afirmou ainda que não recebe ajuda financeira da família e que mora no local por necessidade, já que sua mãe trabalha como gari e não tem condições de ajudá-la.
O prédio da moradia estudantil fica no bairro Carvoeira, em Florianópolis, e, segundo os relatos, está em péssimas condições. Além da falta de infraestrutura, como luz e gás, há também problemas com vazamentos constantes. Os estudantes precisam conviver com o abandono, mesmo sendo cobrados por desempenho acadêmico. A aluna destacou que precisa manter boas notas para continuar recebendo o benefício da moradia, o que se torna ainda mais difícil diante de tanta precariedade.
Ela revelou também que, se não fosse a moradia estudantil, não teria como seguir no curso. O auxílio-moradia da universidade é de R$ 300, valor que está longe de cobrir um aluguel em Florianópolis. De acordo com dados atualizados do índice FipeZap+ de março de 2025, o custo de alugar um imóvel no bairro Trindade, próximo à UFSC, subiu 118% em um ano. O preço do metro quadrado passou de R$ 28,80 para R$ 62,90, o que torna praticamente impossível encontrar um local acessível com o valor do auxílio.
Diante do desabafo da estudante, a pró-reitoria de Assuntos Estudantis da UFSC afirmou que está ciente da situação e trabalhando para resolver os problemas. Ainda assim, os alunos continuam aguardando melhorias enquanto enfrentam dificuldades para estudar, se alimentar e até mesmo tomar banho.
A situação chama atenção para a importância de garantir condições mínimas para que estudantes de baixa renda possam seguir com seus estudos, especialmente em uma universidade pública. Em meio ao alto custo de vida em Florianópolis, a moradia estudantil deveria ser um apoio seguro — mas, neste caso, tem sido mais um desafio para quem só quer uma chance de se formar.
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