Um episódio lamentável marcou a Praça da Berman, no bairro Córrego Grande, em Florianópolis, quando uma moradora foi presa em flagrante pela Polícia Militar por crime de injúria racial. A prisão ocorreu após denúncias de quatro babás negras que alegam terem sido alvo de injúrias racistas, incluindo termos ofensivos como “nega fedida”.
A situação ocorreu na quarta-feira (21), quando o grupo de babás, responsáveis por cuidar de crianças na praça, foi alvo das ofensas. A babá Aliane Simão de Sá subiu em um pé de goiabeira para colher frutas para as crianças, momento em que a suspeita se aproximou acompanhada de um cachorro.
As injúrias proferidas pela mulher, segundo as babás, incluíram comentários como “‘achei que era uma criança [no pé de goiabeira], mas é uma nega fedida. Morta de fome'” e ainda chamou Aliane de ‘macaca’. As babás ficaram perplexas diante das ofensas.
No dia seguinte, as babás empenharam-se em descobrir o endereço da agressora para formalizar a denúncia, contando com a colaboração de grupos de WhatsApp do bairro. Ao encontrarem a mulher nesta quinta-feira, acionaram a Polícia Militar.
Um vídeo feito no momento da abordagem mostra a mulher negando as acusações e alegando ter sido chamada de “vagabunda” pelas babás. A situação escalou, e a mulher tentou atacar uma das babás com o braço.
Diante da Polícia, a suspeita admitiu ter chamado Aliane de ‘negona’, o que fundamentou sua prisão em flagrante. A audiência de custódia está marcada para sexta-feira (23).
Os crimes de racismo e injúria racial são punidos severamente pela lei, com penas de 2 a 5 anos de reclusão e multa. Desde janeiro de 2023, ambos os delitos são inafiançáveis e imprescritíveis, refletindo a gravidade dessas condutas discriminatórias. A sociedade repudia tais atitudes, reafirmando o compromisso com a igualdade e o respeito à diversidade.