A Praia da Galheta, em Florianópolis, voltou a ser palco de polêmica. Na manhã desta segunda-feira (25), um casal de idosos argentinos foram abordados de forma agressiva por surfistas enquanto praticava o naturismo na faixa de areia. O caso foi registrado em vídeo e circula amplamente em grupos de WhatsApp.
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Nas imagens, um dos surfistas, que seria dono de um bar na Praia Mole, aparece quebrando a barraca do casal com um pedaço de madeira. Em seguida, ele grita e exige que as vítimas vistam suas roupas. “Nós somos daqui e vamos cuidar disso aqui”, diz o surfista.
O homem que realizava o naturismo tenta se defender pegando o pedaço de madeira usado para destruir a barraca. No entanto, os surfistas continuam repreendendo-os. A situação reforça o debate sobre a regulamentação do naturismo na praia.
Debate sobre o naturismo na Galheta
A Praia da Galheta é conhecida internacionalmente como um espaço de naturismo há mais de 20 anos. No entanto, desde 2016, quando perdeu o reconhecimento legal da prática, a falta de regras tem gerado insegurança e conflitos.
Recentemente, uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) reuniu naturistas e autoridades para discutir a situação da praia. Os praticantes defendem a criação de uma legislação clara que regulamente o nudismo no local. Segundo eles, a ausência de regras facilita a ocorrência de assédio, violência e até crimes como furtos e turismo sexual.
Outro ponto de preocupação é a falta de presença das forças de segurança. A Polícia Militar informou que reforçou a vigilância na região durante a Operação Verão e que usa drones para monitoramento. No entanto, manter uma base fixa na praia ainda é considerado inviável.
Prefeitura quer mudar as regras da Galheta
Diante dos recentes conflitos, a Prefeitura de Florianópolis tem defendido o fim do naturismo na Praia da Galheta, alegando que a medida traria mais segurança aos frequentadores. No entanto, não há amparo legal para essa proibição.
Enquanto isso, o Ministério Público Federal (MPF) tem buscado alternativas para melhorar a segurança e a preservação ambiental da região. Uma das propostas é transferir o espaço para o naturismo para outra praia da ilha, onde haveria mais controle e estrutura.
Preocupação com violência e preconceito
Além da violência contra naturistas, há relatos de agressões homofóbicas na Praia da Galheta. Frequentadores denunciam pichações com ameaças e ataques a membros da comunidade LGBTQIA+.
Diante da polêmica, um projeto de lei está sendo elaborado para regulamentar o uso da Galheta. O objetivo é garantir a preservação ambiental e a segurança do espaço, sem criminalizar os adeptos do naturismo.
O que aconteceu nesta semana acendeu um alerta. Até que regras claras sejam estabelecidas, a Praia da Galheta continuará dividindo opiniões e sendo cenário de conflitos que afastam turistas e colocam em risco a liberdade dos frequentadores.
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