O advogado Felipe Mello oficialmente desistiu da nomeação para o cargo de secretário da Casa Civil do governo do Estado de Santa Catarina. A decisão veio após o Diretório Estadual do Psol impetrar um mandado de segurança contra a nomeação, o qual foi acolhido com uma liminar pelo desembargador João Marcos Buch.
A ação do Psol, embora não tenha surpreendido o cenário político, gerou perplexidade devido à liminar considerada teratológica pelo meio jurídico. A decisão foi criticada por advogados, juristas e magistrados, uma vez que a matéria já possui jurisprudência consolidada no Supremo Tribunal Federal, o que levou à posterior revogação.
O desconforto de Felipe Mello tornou-se evidente desde a divulgação da decisão na sexta-feira anterior à posse. O governador Jorginho Mello, presente em homenagens ao empresário Walter Koerich, indicou a possibilidade de seu filho reexaminar a situação e até permanecer no escritório de advocacia, onde tem obtido sucesso.
Felipe Mello justificou sua desistência, destacando que o governo teve um desempenho positivo no ano anterior e possui projetos significativos para 2024. Sua nomeação, no entanto, poderia resultar em novas ações de adversários extremistas. Ele optou por colaborar informalmente em setores que beneficiam o governo e o Estado, evitando “polêmicas infrutíferas”, conforme enfatizado em sua nota oficial.
Nesta quarta-feira, sem a presença de Felipe Mello, o governador Jorginho Mello dará posse a quatro novos secretários e outros quatro dirigentes de órgãos governamentais. A cerimônia precede a primeira reunião do colegiado em 2024. O deputado estadual Sargento Lima assumirá a Secretaria de Estado da Segurança Pública, enquanto outros nomes ocuparão importantes pastas do governo.
A indicação de Felipe Mello, alvo de polêmica e questionamentos judiciais, foi suspensa pelo TJSC em resposta a um pedido do Psol. O advogado, em sua declaração de desistência, elogiou a atuação do governo do Estado sob o comando de seu pai e destacou sua disposição em continuar auxiliando sem ocupar um cargo oficial.
O governador Jorginho Mello, ao abordar publicamente a desistência de seu filho, reiterou que Felipe não precisa de emprego e que ambos os filhos continuarão colaborando com o governo. Ele criticou a oposição, referindo-se a ela como “boca torta” e enfatizando que seus filhos não precisam de uma “boquinha” no governo. A vida política, segundo Jorginho Mello, seguirá seu curso, com seus filhos contribuindo de maneira informal para o sucesso administrativo do governo estadual.