Recentemente, Florianópolis voltou a ser destaque ao registrar a segunda maior inflação acumulada nos últimos 12 meses entre 17 capitais brasileiras, de acordo com um estudo. Em junho, a inflação acumulada na capital catarinense foi de 5,14%, ficando atrás apenas de Belo Horizonte, que teve um aumento de preços de 5,22% no mesmo período. Esse resultado é um aumento em relação a maio, quando Florianópolis estava em terceiro lugar.
Desempenho no Primeiro Semestre de 2024
Quando se observa apenas a variação dos preços no primeiro semestre de 2024, Florianópolis subiu da quinta para a quarta maior inflação, com uma taxa de 2,96%. Nesse ranking, a cidade fica atrás de São Luís (4,20%), Aracaju (3,84%) e Belo Horizonte (3,63%).
Índice de Custo de Vida (ICV)
A inflação em Florianópolis é medida pelo Índice de Custo de Vida (ICV), desenvolvido pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). O ICV é calculado mensalmente pelo Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag) da Udesc, com apoio da Fundação Esag (Fesag). Nas demais capitais, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é responsável pela medição dos preços, compondo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ambos os índices seguem metodologias similares, permitindo comparações diretas.
Comparação com Outras Capitais
A inflação em Florianópolis superou a média nacional, que foi de 4,23% nos últimos 12 meses. Grandes cidades como São Paulo (4,17%) e Rio de Janeiro (4,03%) apresentaram índices de inflação menores. Brasília, com 5,05%, subiu várias posições e agora tem a terceira maior inflação.
No contexto regional, Florianópolis contrastou significativamente com outras capitais do Sul do Brasil. Porto Alegre registrou a terceira menor inflação (3,71%) e Curitiba, a segunda menor (3,61%). Recife teve a menor inflação anual entre as capitais, com 3,27%.
Principais Causas da Alta Inflacionária
Em Florianópolis, os preços relacionados à habitação foram os principais responsáveis pela alta inflação, com um aumento de 7,91% nos últimos 12 meses. Dentro desse grupo, os aluguéis residenciais subiram 7,77% e as tarifas de serviços públicos, como energia elétrica (3,61%) e água e esgoto (16,09%), também contribuíram significativamente.
Outros setores que impactaram a inflação foram transportes (7,12%), alimentação (5,89%), despesas pessoais (5,68%) e educação (5,47%). Esses grupos representam mais de 70% dos gastos mensais das famílias, segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do IBGE.
Os grupos que tiveram aumentos menores do que o índice geral incluem saúde e cuidados pessoais (3,25%), artigos de residência (1,42%) e serviços de comunicação (1,24%). Curiosamente, os artigos de vestuário ficaram mais baratos nos últimos 12 meses, com uma redução de 3,66%.
Metodologia do ICV
O ICV/Udesc Esag monitora a variação dos preços de 297 produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 salários mínimos. Esse índice é publicado mensalmente desde 1968, oferecendo um panorama detalhado do custo de vida na capital catarinense.
A análise da inflação acumulada em 12 meses é crucial, pois evita distorções causadas por aumentos sazonais de preços, como tarifas de energia. Com essa abordagem, é possível obter uma visão mais precisa das variações de preços entre diferentes cidades e períodos.
Entre na comunidade do AGORA FLORIPA e receba informações gratuitas no seu Whatsapp!