À medida que o Pix se torna cada vez mais popular para pagamentos e transferências de dinheiro, também aumentam os relatos de golpes que tentam prejudicar os clientes dos bancos. Um desses golpes, que ganhou bastante atenção nas redes sociais recentemente, é o golpe do Pix errado. Vamos entender como funciona essa armadilha e como se proteger dela.
O golpe começa com os fraudadores fazendo uma transferência para a conta da potencial vítima. Como muitas das chaves Pix são números de telefone celular, não é difícil para os golpistas conseguirem um número e realizar a transferência. Após enviar o dinheiro, eles entram em contato com a vítima por telefone ou mensagem, alegando que fizeram a transferência por engano. Em seguida, utilizam técnicas de persuasão para convencer a pessoa a devolver o dinheiro.
Um exemplo disso é o caso de uma mãe que recebeu R$ 600 por engano. O golpista ligou, dizendo que precisava do dinheiro para pagar o aluguel e pediu para que ela devolvesse a quantia para uma conta diferente da que fez a transferência inicial. Para convencer a vítima, os golpistas contam uma história convincente e apelam para a boa fé da pessoa.
Neste ponto, a vítima verifica seu extrato bancário e vê que realmente recebeu o dinheiro. Convencida de que está ajudando alguém que cometeu um erro, ela realiza uma nova transferência para a conta indicada pelo golpista. É aí que o golpe se concretiza.
O prejuízo acontece porque, enquanto convence a vítima, o golpista aciona o Mecanismo Especial de Devolução (Med), um recurso criado para ajudar vítimas de fraudes a recuperarem seu dinheiro. Os criminosos alegam que foram enganados pela vítima verdadeira, e o banco, ao analisar a situação, pode entender que a triangulação das transferências é típica de um golpe. Assim, o banco realiza a devolução forçada do dinheiro, e o golpista acaba recebendo a quantia duas vezes, prejudicando a vítima.
Para evitar cair nesse golpe, é essencial utilizar a opção “devolver” presente nos aplicativos de banco. Essa funcionalidade permite que o valor recebido seja estornado diretamente para a conta que originou a transferência, eliminando a possibilidade de fraude.
Recentemente, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) sugeriu ao Banco Central melhorias no Med, visando um rastreamento e bloqueio mais eficientes do dinheiro proveniente de golpes. O Med 2.0 pretende alcançar mais camadas de contas, dificultando a ação dos criminosos que espalham o dinheiro rapidamente. O desenvolvimento dessa atualização ocorrerá entre 2024 e 2025, com implantação prevista para 2026.
A melhor forma de se proteger é sempre verificar o extrato bancário e utilizar a função de devolução disponível nos aplicativos dos bancos. Evitar realizar transferências para contas desconhecidas e estar atento às técnicas de persuasão usadas pelos golpistas também são medidas importantes. Fique alerta e proteja seu dinheiro.
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