Um ardiloso golpe do falso aluguel aplicado por um ‘caloteiro’ resultou em um prejuízo significativo de aproximadamente R$ 100 mil para a renomada imobiliária Ibagy, que possui várias unidades na Grande Florianópolis.
A empresa descobriu, em um intervalo de uma semana, dois crimes perpetrados por impostores que se passaram por locatários, utilizando documentos falsos. O chamado “golpe do falso aluguel” revelou-se uma prática ardilosa que vem desafiando a segurança do setor imobiliário.
Em um dos casos, o golpe foi frustrado antes mesmo da concretização, pois a falsificação foi detectada durante a elaboração do contrato. No entanto, o segundo caso veio à tona na última semana, quando a imobiliária percebeu que quatro meses de aluguéis estavam em atraso. O criminoso, utilizando identidade falsa, causou danos expressivos, levando a imobiliária a reforçar seus protocolos de segurança.
A saga começou quando a imobiliária procurou um inquilino que acumulava quatro meses de aluguel não pago em um imóvel localizado na rua Célio Veiga, em Barreiros, São José. Surpreendentemente, a pessoa associada ao contrato não tinha conhecimento do negócio, pois seus dados pessoais foram utilizados fraudulentamente. A comparação da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) da vítima com a apresentada pelo criminoso confirmou a fraude.
Diante disso, a imobiliária buscou a retomada do imóvel no cartório, apenas para descobrir que o apartamento estava vazio. O ‘caloteiro’ não apenas deixou de pagar, mas fez uma verdadeira “limpa”, levando itens valiosos, como TVs, camas e eletrodomésticos. O prejuízo estimado foi de cerca de R$ 100 mil.
Até a quarta-feira (24), a Delegacia de Combate a Estelionato, em Florianópolis, estava empenhada em identificar e prender o criminoso responsável por esse golpe do falso aluguel.
Em uma reviravolta, a imobiliária, ao reforçar seus mecanismos de autenticação de documentos, descobriu uma nova tentativa do golpe nesta quarta-feira (24). A rápida ação permitiu a prisão de um segundo suspeito que apresentava informações falsas ao tentar alugar um imóvel em Palhoça. Documentos adulterados, como comprovante de residência, carteira de trabalho digital, holerite e cópia de CNH, foram identificados pela polícia.
A empresa ainda destacou a importância de aprimorar os procedimentos de verificação para evitar golpes, enquanto a delegada Michele Rebelo, diretora de Polícia Civil da Grande Florianópolis, alertou para o aumento da incidência desse tipo de crime durante o período de veraneio, principalmente no Litoral de Santa Catarina.
Os criminosos, segundo Rebelo, costumam se apresentar com carros de luxo alugados, realizando os pagamentos iniciais e entregando documentos falsos de terceiros para conquistar a confiança dos corretores. A delegada ressaltou a mudança no perfil dos estelionatários, que agora se mostram bem articulados, com boa oratória e vestimenta adequada, tornando-se menos suspeitos.
A imobiliária, por sua vez, reforçou a importância de verificar minuciosamente as informações fornecidas pelos clientes e incentivou os potenciais locatários a não permitirem que a pressa comprometa os procedimentos de segurança ao fechar um negócio de aluguel.