Um homem de 31 anos, identificado como Guilherme Jockyman, morreu após ser atingido por dois tiros disparados por policiais militares na manhã desta quinta-feira (17), no bairro Rio Vermelho, em Florianópolis. O caso ocorreu enquanto a famÃlia tentava obter ajuda para controlar um surto psicótico de Guilherme, que lutava contra depressão e ansiedade e fazia uso de medicação controlada.
Segundo a PolÃcia Militar, a corporação foi chamada para apoiar uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que enfrentou dificuldades durante a tentativa de atendimento. A versão oficial aponta que Guilherme teria jogado pedras contra os socorristas e, posteriormente, avançado contra os policiais com duas facas, levando à ação letal.
A famÃlia, no entanto, contesta essa narrativa. Segundo Arthur Jockyman, irmão da vÃtima, Guilherme apenas recusou o atendimento inicial do Samu, sem atacar a equipe. Ele também negou que o irmão tenha investido contra os policiais. “Ele estava em surto, mas não ofereceu risco a ninguém”, afirmou Arthur, lamentando o desfecho trágico.
Câmeras de segurança de um vizinho capturaram o momento em que a viatura da PM e a ambulância do Samu chegaram ao local. Nas imagens, é possÃvel ouvir dois disparos. A famÃlia conta que Guilherme caminhava em direção aos policiais quando foi baleado no peito, a cerca de 100 metros de casa. “Eles atiraram para matar, dois tiros no peito. Não foi para conter, foi para acabar com a vida dele”, disse o irmão.
Guilherme era natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e vivia em Florianópolis com sua famÃlia desde 2022. Ele deixa uma filha de cinco anos. O episódio chocou moradores do bairro, que descreveram o comportamento dos policiais como frio e irônico. Um dos vizinhos relatou ter ouvido comentários desrespeitosos, como “Morreu no Rio Vermelho, quer o quê?”, insinuando discriminação pela localização do incidente.
A PolÃcia Militar informou que foi aberto um inquérito para apurar as circunstâncias do caso, mas a famÃlia exige justiça. Para eles, a abordagem policial foi desproporcional e fatalmente precipitada.
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