O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) está intensificando uma investigação sobre o encaminhamento de pessoas em situação de rua para a Grande Florianópolis, após receber um testemunho crucial que pode esclarecer a prática. O promotor Daniel Paladino, da 30ª promotoria da Capital, revelou que um vídeo recente capturou um morador de rua admitindo ter recebido uma passagem da Assistência Social do município de Criciúma.
O inquérito já está em andamento há cerca de três meses, mas o depoimento do morador de rua, registrado sob os decks da Beira-Mar Norte, trouxe uma confirmação direta do envolvimento da Assistência Social de Criciúma no deslocamento dessas pessoas. O promotor Paladino destacou a seriedade do caso, considerando-o como a primeira confirmação direta do pagamento para o deslocamento de pessoas em situação de rua.
“Há um aumento significativo nas ruas, e nós já vínhamos apurando essa situação. Temos fundadas suspeitas de que pessoas em situação de rua estejam sendo largadas no limite entre Florianópolis e São José”, declarou o promotor, enfatizando que mais de uma reunião foi realizada para tratar do assunto.
O MPSC notificou a Prefeitura de Criciúma, dando um prazo de 48 horas para manifestação sobre o caso. O secretário de Assistência Social e Habitação de Criciúma, Bruno Ferreira, admitiu ter conhecimento do caso e explicou que o município foi procurado pelo indivíduo em agosto de 2023, buscando uma passagem para Salvador. A passagem foi oferecida até Florianópolis, onde o indivíduo alegava ter um emprego garantido.
A Prefeitura de Florianópolis, através de sua Secretaria de Assistência Social, está atualmente conduzindo um programa de cadastramento de moradores de rua. Mais de 80% dos abordados revelaram ser de fora da cidade, e o mapeamento continua até o final do ano. A coluna aguarda informações atualizadas sobre o censo, mas até o momento da publicação, não obteve retorno.