Na última semana, Santa Catarina registrou um aumento expressivo nos casos de queimaduras por água-viva. Entre os dias 11 e 17 de fevereiro, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) contabilizou 5.856 ocorrências no litoral do estado. Esse número representa um crescimento de 88,46% em relação à semana anterior, quando 3.107 atendimentos foram registrados.
Apesar do aumento recente, especialistas afirmam que a quantidade de casos ainda está dentro do esperado para a temporada de verão. A presença dessas espécies nas praias é comum, e a maior circulação de banhistas contribui para o crescimento no número de registros.
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Homem sofre reação grave após contato com água-viva
Um caso grave aconteceu na Praia de Fora, em Palhoça, no sábado, 15 de fevereiro. Um homem de 38 anos sofreu um choque anafilático após ser queimado por uma água-viva. Ele começou a sentir uma forte ardência na pele, seguida de intensa dificuldade para respirar. Guarda-vidas que estavam na praia prestaram os primeiros socorros e chamaram uma ambulância do CBMSC.
A situação se agravou rapidamente, evoluindo para um possível edema de glote e sinais de parada cardiorrespiratória (PCR). Diante da gravidade do quadro, um médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e chegou à praia com o helicóptero Águia, da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC).
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Após receber os atendimentos necessários e ter o quadro estabilizado, a vítima foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima. O rápido socorro garantiu que o homem fosse salvo sem maiores complicações.
Prevenção e primeiros socorros para queimaduras por água-viva
As queimaduras por água-viva acontecem quando os tentáculos do animal entram em contato com a pele e liberam toxinas que causam ardência e irritação. Para evitar esse tipo de incidente, é essencial seguir algumas recomendações:
- Antes de ir à praia, consulte o aplicativo CBMSC Cidadão para verificar a presença de águas-vivas no local.
- Evite nadar em áreas sinalizadas com bandeira lilás, pois elas indicam risco de queimaduras.
- Se avistar águas-vivas mortas na areia, evite o contato, pois elas ainda podem liberar toxinas.
- Fique sempre perto de um posto de guarda-vidas para um socorro rápido em caso de emergência.
Caso ocorra um contato com o animal, siga estas orientações:
- Saia imediatamente do mar.
- Não lave o ferimento com água doce, urina ou outras substâncias, pois isso pode piorar a queimadura.
- Utilize apenas água do mar para limpar a área afetada.
- Vá até o posto de guarda-vidas mais próximo e solicite vinagre, que ajuda a aliviar os sintomas.
- Se os sintomas forem graves, como dificuldade para respirar ou dor intensa, procure atendimento médico imediatamente.
Casos registrados durante a temporada
Desde o início da alta temporada, em 16 de dezembro de 2024, o CBMSC registrou diversas ocorrências de queimaduras por água-viva. Confira os números por semana:
- 16 a 23 de dezembro: 212 casos
- 24 a 30 de dezembro: 4.008 casos
- 31 de dezembro a 6 de janeiro: 6.506 casos
- 7 a 13 de janeiro: 3.875 casos
- 14 a 20 de janeiro: 2.114 casos
- 21 a 27 de janeiro: 3.217 casos
- 28 de janeiro a 3 de fevereiro: 2.158 casos
- 4 a 10 de fevereiro: 3.107 casos
- 11 a 17 de fevereiro: 5.856 casos
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Além das queimaduras por água-viva, o CBMSC também realizou 111 salvamentos por afogamento entre os dias 11 e 17 de fevereiro. Durante esse período, duas mortes por afogamento foram confirmadas em locais sem presença de guarda-vidas, e outros 10 óbitos ainda estão sob investigação.
O aumento no número de ocorrências reforça a importância da atenção redobrada ao frequentar as praias e do respeito às orientações dos guarda-vidas para garantir um verão mais seguro.
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