No Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), em Florianópolis, uma técnica inovadora trouxe alívio e esperança para Valentina, uma menina de 9 anos que sofria com intensas dores na pelve devido a um tumor ósseo. A Secretaria de Estado da Saúde, responsável por viabilizar essa abordagem pioneira, adquiriu os equipamentos necessários para realizar o procedimento de radioablação percutânea guiada por tomografia computadorizada (TC), uma técnica minimamente invasiva que utiliza radiofrequência para cauterizar tumores.
O Dr. Yan Schaefer Tavares, radiologista do hospital, explicou que o procedimento, realizado de forma ambulatorial na sala de TC, foi guiado por imagens que permitiram uma visualização precisa do tumor. Primeiro, foi realizada uma biópsia da lesão para confirmar o diagnóstico. Em seguida, Valentina foi sedada e uma agulha especial foi inserida para emitir pulsos de radiofrequência. Esses pulsos geram calor localizado, que desnatura as proteínas do tumor, tornando-o inviável sem a necessidade de uma cirurgia aberta.
Embora o tumor, um osteoma osteóide, fosse benigno, ele causava dores constantes nos ossos da pelve, região que conecta a coluna lombar aos membros inferiores. O principal objetivo do tratamento foi eliminar essa dor, que estava afetando severamente a qualidade de vida de Valentina. Segundo o Dr. Yan Schaefer, o método é considerado padrão ouro por evitar os riscos associados à cirurgia aberta e ser extremamente preciso, graças ao guia por imagem.
O procedimento, que durou cerca de quatro horas, contou com uma equipe multidisciplinar composta pelo ortopedista Mário Albuquerque, a anestesista Erica Lemos, a tecnóloga Joice Teixeira, os enfermeiros Renata Machado e Leandro de Matos, e a técnica de enfermagem Cristiane Elias. A coordenação do Serviço de Diagnóstico por Imagem foi realizada pelo Dr. Rodrigo Ozelame.
A história de Valentina é especialmente comovente. Moradora de Santo Amaro da Imperatriz, ela foi diagnosticada com o tumor em janeiro e, desde então, sua vida mudou drasticamente. As dores intensas a impediam de praticar ginástica na escola e de se dedicar ao seu passatempo favorito: dançar. A mãe de Valentina, Noelia Romero, relatou que, com o aumento da dor, a menina precisava tomar medicação a cada quatro horas.
No entanto, uma semana após o procedimento, Noelia percebeu uma transformação em sua filha. Valentina dormiu uma noite inteira sem sentir dor pela primeira vez em um ano e meio. A menina, que sempre foi alegre e adorava dançar e brincar, pôde finalmente voltar a sorrir. “Desde a operação, ela é uma garota diferente. Estou muito agradecida”, celebrou Noelia.
Na última quinta-feira, Valentina retornou ao hospital para uma consulta e, em breve, estará pronta para voltar a dançar e correr, atividades que tanto ama. Esta intervenção inovadora trouxe não apenas a cura para a dor, mas também a esperança de uma vida normal e feliz para Valentina e sua família.
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