As praias de Florianópolis se tornaram cenário de uma situação preocupante: até novembro de 2024, foram encontrados 31 golfinhos mortos, conforme levantamento da R3 Animal, organização que monitora a fauna marinha na região. O número crescente de casos acende o alerta sobre os riscos enfrentados por essas espécies, especialmente devido à interação com atividades pesqueiras e a presença de resíduos sólidos no mar.
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Entre os casos recentes está o de um golfinho da espécie Stenella, encontrado sem vida na Praia Brava, no Norte da Ilha, com um estágio avançado de decomposição que impediu a identificação da causa exata da morte. A análise de dados coletados ao longo do ano revela que 45,5% dos golfinhos mortos apresentavam sinais de interação humana, e, destes, 60% estavam diretamente relacionados à pesca.
Esse fenômeno conhecido como “captura incidental” ocorre quando golfinhos, que não são alvos diretos da pesca, ficam presos em redes e acabam sofrendo ferimentos graves, ou mesmo não sobrevivem. Um dos episódios mais alarmantes ocorreu em setembro, quando um golfinho foi resgatado após ser encontrado preso em uma rede de pesca irregular na região da Baía Sul. Infelizmente, nem todos têm a mesma sorte.
Entre as vítimas estão as toninhas, uma espécie de pequeno golfinho criticamente ameaçada de extinção e que representa 71% dos registros de golfinhos mortos nas praias da cidade. Vivendo em águas rasas e costeiras, onde a atividade humana é intensa, esses animais estão particularmente expostos aos perigos das redes de pesca. Em um caso ocorrido em julho, uma toninha foi encontrada com lesões compatíveis com emalhe em rede, e a necropsia indicou afogamento, possivelmente porque o animal não conseguiu subir à superfície para respirar.
Além das redes de pesca, outro fator de risco é a presença de lixo no oceano, que, se ingerido, pode causar complicações severas para a fauna marinha.
Esses dados evidenciam a importância de um controle mais rigoroso sobre as atividades de pesca e uma conscientização sobre a preservação do habitat marinho. A situação dos golfinhos em Florianópolis reflete a necessidade urgente de estratégias de proteção para evitar que esses animais, que já enfrentam grandes desafios em seu ambiente, continuem sendo vítimas das ações humanas.
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