Na manhã de sábado, 31 de agosto, uma passageira foi agredida por um motorista de aplicativo no bairro Estreito, em Florianópolis, após um desentendimento durante a corrida. Daiane Endres, de 41 anos, conta que o incidente começou quando houve um erro no endereço solicitado pelo aplicativo. Ao invés de levá-la ao número 42 da rua, o aplicativo indicou o número 49. Ela pediu ao motorista para ser deixada no local correto e se ofereceu para pagar o adicional, mas o motorista se recusou e mandou que ela saísse do carro.
Daiane disse que, diante da negativa do motorista, informou que resolveria a questão diretamente com a empresa e não pagaria a corrida. Nesse momento, o motorista teria se enfurecido e começado a proferir ofensas transfóbicas, mesmo sabendo que ela era uma mulher cisgênero. Ele teria dito que “travestis desgraçados” deveriam morrer e ordenado que ela saísse do carro imediatamente.
Ao descer do carro, Daiane pediu apenas que o motorista não a tocasse. Porém, segundo ela, ele deu um soco em seu pescoço com força, causando dor intensa e sangramento pela boca. “Foi como se ele estivesse batendo em um homem”, relata Daiane, que tem 1,85m de altura. Acredita que ele tentou acertar seu rosto, mas, por ser mais baixo, acabou acertando seu pescoço. Após a agressão, ela ficou tonta, sem reação e começou a sangrar. Em meio ao nervosismo, tentou registrar o momento com seu celular, mas só conseguiu tirar algumas fotos.
O motorista percebeu que ela tentava filmá-lo e gritou novas ofensas, ameaçando agredi-la novamente. Com medo, Daiane correu para se esconder atrás de uma vegetação até que o agressor fosse embora. Assustada e em choque, ela procurou ajuda e registrou um boletim de ocorrência junto à Polícia Militar de Santa Catarina.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. O delegado Marcelo Fortkamp informou que o incidente será apurado e que o procedimento será encaminhado ao Juízo Especial Criminal, onde ocorrerá uma audiência.
Daiane relata que, após denunciar o caso, a Uber entrou em contato para oferecer suporte, mas, desde então, não teve mais retorno da empresa. Ela continua com dores no pescoço e teme possíveis lesões internas, especialmente devido ao sangramento. “Eu só quero que a justiça seja feita. Em nenhum momento encostei a mão nele, e as câmeras vão mostrar isso”, afirma Daiane.
A Uber declarou que considera inaceitável o uso de violência e que todas as viagens na plataforma são cobertas por seguro. A empresa está à disposição para colaborar com as autoridades nas investigações. “Ele foi totalmente covarde. Eu só quero que ele pague pelo que fez”, desabafa Daiane.
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