Uma mãe residente em Antônio Carlos enfrentou uma saga angustiante em busca de atendimento para sua filha de apenas oito meses no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. Camila Aguiar Becker, de 35 anos, relatou ter chegado ao hospital por volta das 5h desta quinta-feira (21) e, após uma espera exaustiva de quatro horas, foi informada de que o nome da sua filha havia sido retirado da fila de espera, mesmo sendo a única aguardando atendimento quando chegou.
A situação se tornou ainda mais preocupante pelo estado de saúde da criança, que estava classificada com risco amarelo, indicando uma condição intermediária de gravidade. Segundo relatos da mãe, mesmo após a classificação de risco, sua filha não foi atendida imediatamente, enquanto ela testemunhava outras pessoas sendo atendidas antes delas, mesmo após questionar a equipe do hospital sobre a demora.
Após finalmente receber atendimento, foi constatado que a criança estava com bronquiolite, uma inflamação do trato respiratório inferior, geralmente de origem viral. A mãe afirmou que a bebê precisou passar por três doses de medicação para tratar a condição.
Em resposta às denúncias, o Hospital Infantil esclareceu que a paciente foi acolhida e atendida, apesar de uma falha no sistema que resultou na retirada do nome da fila de espera. Porém, essa não foi uma situação isolada. Outro pai relatou a superlotação do hospital na noite anterior, onde algumas pessoas aguardavam há mais de duas horas por atendimento, mesmo em casos de febre alta em crianças.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmou o aumento na lotação dos hospitais da região e destacou que a situação será discutida em uma audiência pública convocada pela Câmara Municipal de São José, em busca de soluções para a ocupação no Hospital Regional.
Diante desses episódios, a SES reforçou que os hospitais da região têm trabalhado sobrecarregados, atendendo casos que poderiam ser resolvidos em unidades de menor complexidade, como Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). No entanto, muitos usuários optam por procurar diretamente os hospitais de alta complexidade, aumentando ainda mais a demanda e a sobrecarga do sistema.
Enquanto isso, a população aguarda medidas que possam garantir um atendimento mais eficiente e humanizado, especialmente em momentos de emergência e vulnerabilidade, como os vivenciados por Camila Becker e sua filha.