Nessa segunda-feira (15), um edifício residencial situado na Avenida Beira-Mar Norte, região central de Florianópolis, foi evacuado e completamente interditado devido a um sério risco de colapso.
A Defesa Civil municipal confirmou que a evacuação foi necessária após o rompimento de uma viga de sustentação no pavimento central do prédio.
Em uma ação conjunta, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) deram início imediato ao processo de escoramento do edifício, visando conter os riscos associados ao dano estrutural identificado. Os moradores receberam orientações para deixar suas residências em virtude do perigo iminente.
A Defesa Civil e o CBMSC estão em diálogo com uma empresa contratada pelo condomínio para desenvolver e executar um plano de estabilização emergencial. O condomínio afetado, denominado Edifício Morada do Norte, localizado em frente ao Bolsão da Casan, na esquina entre a Travessa Abílio de Oliveira e a Avenida Jornalista Rubens de Arruda Ramos, já está sendo alvo de ações desde o final da tarde.
A volta dos moradores dependerá da emissão de um laudo com documento de responsabilidade técnica pela empresa de engenharia envolvida na estabilização emergencial. A situação destaca a urgência de ações rápidas e preventivas diante de riscos estruturais, enfatizando o compromisso das autoridades em garantir a segurança da comunidade.
COMO FOI O MOMENTO DE TENSÃO…
O habitual cenário da Beira-mar Norte, em Florianópolis, foi abruptamente transformado em um tumulto de cadeiras abandonadas nas sacadas, luzes acesas e janelas abertas no edifício Moradas do Norte. O rompimento de uma viga durante a tarde da última segunda-feira (15) levou os moradores a evacuarem às pressas, deixando para trás não apenas seus lares, mas também a sensação de segurança.
Uma testemunha ocular que trabalha em um estacionamento próximo, descreveu o evento contando que a equipe responsável pelas obras no prédio estava gerando ruídos durante todo o dia. Subitamente, ouvi um som semelhante a algo desabando no muro, seguido por uma vibração aqui na guarita onde estou trabalhando.
Outra testemunha que trabalha em um pet shop em frente ao prédio, evidencia o estado de choque da comunidade local ao expor que todas as pessoas estavam bastante assustadas, sem compreender completamente a situação, pois o prédio já estava em obras há algum tempo. Sentiram receio e permaneceram por um período na rua, aguardando a resolução da situação, especialmente as pessoas mais velhas, uma vez que ninguém estava preparado para isso, na realidade.
Já, uma moradora do prédio ao lado, expressou o dilema emocional dos residentes, realmente é lamentável. Você entra e tenta pegar o que for possível. Então, basicamente, é toda uma vida ali dentro. É preciso decidir o que pegar e sair correndo do apartamento, onde estão suas vivências, sua história. Eu acho que é um processo um tanto complexo. Embora tenhamos conseguido dormir, a preocupação persiste de que algo possa acontecer.
A evacuação foi completa, com os moradores buscando refúgio em casas de parentes e hotéis na região. Abalados, alguns retornaram na manhã seguinte para recuperar pertences, evitando entrevistas.
DESDOBRAMENTOS…
Na sequência do colapso do edifício residencial próximo à Beira-mar Norte, em Florianópolis, na segunda-feira (15), novos desdobramentos emergem nesta terça-feira (16). A estrutura, localizada na Travessa Abílio de Oliveira, teve que ser evacuada devido ao risco iminente de desabamento após a ruptura de um pilar.
Segundo a Defesa Civil Municipal, uma empresa privada contratada pelo condomínio está atualmente realizando trabalhos para reforçar a estrutura do edifício. Os moradores foram orientados a deixar suas residências às pressas e, conforme as informações da pasta municipal, estão temporariamente abrigados em hotéis, casas de parentes ou amigos, ou em outras residências de sua propriedade.
Em nota, a Prefeitura de Florianópolis, por meio da Defesa Civil, informou que o prédio está interditado por tempo indeterminado. Os trabalhos serão divididos em duas etapas: a primeira consiste em um plano de estabilização emergencial para evitar novos colapsos, seguida pelo plano de recuperação e reforço estrutural.
Até sexta-feira, a equipe de engenharia contratada pelo condomínio implementará a primeira etapa do plano de estabilização, sendo posteriormente iniciado o processo de reforço para garantir a estabilidade estrutural.
Os moradores, impactados pela evacuação, terão seus destinos temporariamente alterados enquanto aguardam a conclusão dos trabalhos.
O incidente ocorreu durante um processo de reforma e reparos no edifício. O Colapso parcial se deu por volta das 16h, quando os moradores, percebendo um tremor, foram imediatamente orientados a evacuar. As autoridades estão agora conduzindo preparativos para o processo de escoramento como medida de contenção emergencial.
A Defesa Civil garante que o perímetro do prédio não representa risco, não havendo necessidade de evacuar ou interditar edifícios vizinhos. A situação evidencia a importância de medidas preventivas e a segurança da comunidade frente a incidentes estruturais, reforçando a atenção às questões de construção e execução na área da construção civil. O desdobramento do caso será acompanhado atentamente até a conclusão das ações de estabilização e recuperação do edifício.
‘MAQUIADO COM REBOCO’
O colapso do Edifício Morada do Norte, na Beira-mar Norte de Florianópolis, revelam um grave problema na construção, conforme destacado pelo Superintendente da Defesa Civil de Florianópolis. O pilar comprometido, central na sustentação do edifício, foi descrito como “maquiado com reboco” devido a um erro crítico durante a construção.
Durante a montagem da caixaria na época da construção, os ferros do pilar ficaram muito próximos. Ao invés de aplicar o concreto necessário após a retirada da caixaria, a estrutura foi simplesmente revestida com reboco. Esse erro na execução comprometeu a funcionalidade do pilar, deixando-o incapaz de oferecer suporte adequado.
O incidente, ocorrido por volta das 16h, resultou na evacuação imediata dos moradores do prédio de 12 andares, construído há 42 anos. Dos 25 apartamentos, 23 estavam ocupados, abrigando aproximadamente 64 pessoas, segundo estimativas da Defesa Civil baseadas em dados do IBGE.
A falta de concreto na estrutura expôs uma realidade alarmante. O Superintendente ressaltou que é fundamental que todo o reforço estrutural de um edifício seja coberto por concreto, uma condição que não foi atendida nesse caso específico. Os elementos metálicos cederam, não havendo a presença de concreto, sendo apenas encobertos superficialmente com reboco.
O prédio foi completamente interditado pela Defesa Civil municipal, e mesmo sem inicialmente interditar edifícios vizinhos, o risco de desmoronamento é considerado real. Problemas estruturais já haviam sido identificados pelos moradores antes do colapso, levando a obras de reparo em andamento.
Um engenheiro responsável pela reforma colaborou na elaboração de um “processo de escoramento” do prédio junto aos bombeiros militares e à Defesa Civil. Esse processo, uma medida emergencial de contenção, busca evitar o desabamento da estrutura comprometida.
O Superintendente enfatizou que, uma vez concluído o plano de escoramento, será emitido um documento de estabilidade temporária, e a liberação para uso regular será avaliada. O incidente ressalta a importância de revisões estruturais rigorosas e a execução correta durante construções para garantir a segurança a longo prazo dos edifícios. O desenrolar da situação continuará a ser acompanhado de perto.
O QUE PENSAM OS MORADORES
Os relatos dos moradores expressam o clima de apreensão e urgência. Uma residente, que optou por não se identificar, aguardava na frente do prédio, ansiosa para subir e recuperar seus medicamentos. Com uma bolsa de colo como único pertence que conseguiu agarrar ao sair às pressas do sexto andar, sua casa nos últimos 10 anos, ela descreveu a sensação de ter sentido “um tremor, como se tivesse descido um degrau”. Logo depois, receberam a mensagem ordenando a evacuação.
A Defesa Civil, ao ser acionada, enviou um engenheiro ao local, que realizou um escoramento provisório para garantir a segurança enquanto as famílias retiravam alguns de seus pertences. Muitos moradores buscaram abrigo em hotéis por iniciativa própria, enquanto outros se aproximavam do edifício mesmo horas após o alerta de evacuação.
A busca por informações não se limitou aos evacuados. Moradores de edifícios vizinhos se aglomeraram na calçada em busca de esclarecimentos. A incerteza pairava no ar, e uma mulher, preocupada com suas crianças no apartamento ao lado, questionou o superintendente da Defesa Civil sobre a necessidade de sair do local.
Apesar do clima de apreensão, a Defesa Civil assegurou que não há necessidade de interdição do perímetro. A nota da prefeitura de Florianópolis informou que o prédio foi completamente interditado, e atualmente, um plano está sendo discutido com a empresa contratada pelo condomínio para realizar uma estabilização emergencial. O incidente levanta preocupações sobre a segurança estrutural e os desafios que os moradores enfrentarão até que a situação seja resolvida.
PRÉDIO COM APARTAMENTOS MILIONÁRIOS
O prédio residencial de 12 andares evacuado e completamente interditado devido ao rompimento de uma viga de sustentação, abriga apartamentos com valores expressivos.
Um desses imóveis, composto por três quartos e 94 metros quadrados, está sendo anunciado online por R$ 980 mil, revelando uma discrepância notável entre o valor imobiliário e a situação estrutural crítica do edifício.
O anúncio online destaca as características do apartamento, enfatizando seus 94 metros quadrados e a presença de três quartos. No entanto, a despeito dessas características, o prédio enfrenta a incerteza de sua estabilidade estrutural, levando à evacuação de todos os moradores e à completa interdição.
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