Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) estão desenvolvendo um aplicativo inovador capaz de identificar espécies de macrofungos, como cogumelos e orelhas-de-pau, a partir de fotos. O projeto, coordenado pelo Laboratório de Micologia (Micolab), utiliza inteligência artificial e um banco de dados com mais de 13 mil imagens de 505 espécies de fungos coletadas em diversas regiões do Brasil.
A ferramenta promete revolucionar a forma como os fungos são estudados e conhecidos. Por meio de inteligência artificial, o aplicativo analisa padrões visuais das fotos tiradas pelos usuários e os compara às imagens do banco de dados. Com isso, qualquer pessoa poderá identificar espécies e contribuir para a ciência usando apenas um celular.
O projeto visa popularizar o conhecimento sobre fungos no Brasil, país que abriga cerca de 20% da biodiversidade fúngica mundial. Apesar disso, a cultura brasileira não valoriza os fungos, que são pouco consumidos ou estudados. A iniciativa também busca mapear espécies ameaçadas e promover ações de conservação.
Os fungos desempenham papéis fundamentais na natureza, como a filtragem de carbono no solo, a estabilização climática e a manutenção da saúde dos ecossistemas. Além disso, eles têm potencial para contribuir com vários Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, como o combate à fome e às mudanças climáticas. Medicamentos, como a penicilina, e diversos alimentos também são frutos da descoberta e do uso dos fungos.
Durante os testes iniciais, o aplicativo já demonstrou potencial educativo. Em aulas com alunos do ensino médio em Joinville, o uso da ferramenta ajudou a aumentar o interesse dos estudantes por micologia. Ao fotografarem fungos em atividades de campo, os jovens puderam identificar espécies e compartilhar as descobertas com professores, o que valorizou o trabalho deles e os aproximou da ciência.
O aplicativo ainda está em fase de testes e disponível apenas para pessoas selecionadas. Além disso, o grupo de pesquisa produziu um e-book com orientações sobre como capturar imagens adequadas para a identificação. A expectativa é que, no futuro, o aplicativo esteja acessível para toda a população, incentivando a conscientização e a preservação da diversidade fúngica do Brasil.
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