A Lagoa do Peri, um dos cartões-postais de Florianópolis, enfrenta uma situação incomum: a placa de balneabilidade que indicava as condições da água sumiu repentinamente, justamente quando a área foi classificada como imprópria para banho. A retirada do aviso ocorreu há dois dias, no mesmo período em que o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) divulgou um relatório apontando altos níveis da bactéria Escherichia coli na água, tornando o local inadequado para atividades de contato direto, como natação e mergulho.

O desaparecimento da placa gerou indignação e levou à cobrança de providências por parte de políticos. Já foi solicitada a recolocação do aviso, essencial para garantir que moradores e turistas tenham acesso imediato à informação sobre a qualidade da água. A retirada da placa ocorre em um contexto de tentativas anteriores de modificação na sinalização de balneabilidade no estado, quando houve uma proposta de substituir os indicativos de “próprio” ou “impróprio” por um QR code, dificultando o acesso rápido às informações. A pressão contrária levou ao recuo dessa medida, mas o sumiço do aviso físico na Lagoa do Peri levanta novos questionamentos sobre a transparência na comunicação ambiental.

A Lagoa do Peri é um importante manancial de água doce de Florianópolis, reconhecido internacionalmente pelo selo Bandeira Azul, que atesta a qualidade da água, conservação ambiental e infraestrutura sustentável. Desde maio de 2018, todas as análises apontavam condições próprias para banho, tornando este o primeiro episódio de restrição em sete anos.
A Prefeitura de Florianópolis atribuiu a contaminação às fortes chuvas dos últimos dias, que aumentaram os índices de Escherichia coli na lagoa. Segundo as normas ambientais, um ponto é classificado como impróprio quando mais de 20% das coletas das últimas cinco semanas apresentam níveis da bactéria acima de 800 por 100 mililitros ou quando uma única coleta ultrapassa 2.000 por 100 mililitros. No caso da Lagoa do Peri, a última análise encontrou uma concentração de 988 por 100 mililitros, superando o limite seguro para banho.

Diante dessa situação, o alerta permanece: a recomendação é evitar o contato direto com a água até que novos testes atestem sua recuperação. Enquanto isso, a recolocação da placa se torna fundamental para garantir que todos tenham conhecimento sobre a real condição da lagoa, evitando riscos à saúde e assegurando a transparência nas informações ambientais.
Entre na comunidade do AGORA FLORIPA e receba informações gratuitas no seu Whatsapp!