O prefeito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Hélio Rodak, foi demitido nesta terça-feira (5), após pressão intensa de estudantes que cobravam melhorias no Restaurante Universitário (RU) e maior zelo com a infraestrutura da universidade. A decisão foi tomada pelo reitor Irineu Manoel de Souza, que se reuniu com Rodak para formalizar o afastamento. A situação no RU, que gerou protestos estudantis, foi o principal fator para a saída de Rodak, especialmente após um incidente que chocou a comunidade acadêmica: uma barata foi encontrada em um prato de feijão servido aos alunos.
O caso, ocorrido em 19 de outubro, três dias após uma audiência pública entre o reitor e os estudantes para discutir melhorias no restaurante, teve grande repercussão. O episódio aconteceu pouco tempo depois de uma denúncia feita ao Ministério Público do Trabalho (MPT), que apontava precariedade nas condições do local. O restaurante, que serve refeições por R$ 1,50 para estudantes e é um ponto crucial para a permanência estudantil, já vinha sendo alvo de reclamações pela falta de manutenção adequada.
Como prefeito universitário, Rodak era responsável pela administração da infraestrutura da UFSC, incluindo o planejamento de obras e a gestão de melhorias. Tentando solucionar os problemas do RU, ele chegou a apresentar um plano de arrecadação que propunha um aumento significativo nos valores das refeições: de R$ 1,50 para R$ 12,50 para estudantes e de R$ 2,90 para R$ 25,00 para servidores. A simulação visava elevar a receita anual do restaurante de aproximadamente R$ 1,9 milhão para cerca de R$ 16 milhões, sob a justificativa de cobrir os custos operacionais. No entanto, a proposta causou polêmica e gerou reações contrárias entre a comunidade acadêmica.
Além do reajuste nos valores, foram anunciadas medidas para a recuperação do RU. O novo plano da reitoria inclui paralisações mensais do restaurante em finais de semana e feriados para realizar reparos essenciais na estrutura. As ações contemplam a manutenção preventiva dos sistemas de abastecimento de água, gás, redes de esgoto e eletricidade, além da pintura da cozinha, instalação de ventiladores e atualização dos equipamentos. A universidade se comprometeu também a produzir relatórios frequentes para avaliar as condições de segurança e saúde dos trabalhadores do local.
Com o caso da barata, o prefeito da UFSC enfrentou protestos diretos da comunidade estudantil, que organizaram movimentos pedindo melhorias e reivindicando “Fora Hélio”. Rodak, mestre em Engenharia Civil, afirmou que ainda não sabe qual será seu próximo passo, mas deixou claro que o reitor não deseja seu retorno à administração da universidade.
A demissão marca um momento de forte mobilização estudantil na UFSC, com o pedido por mudanças estruturais no RU. Além disso, o episódio reforça a importância do restaurante universitário como suporte essencial para a permanência estudantil, destacando a necessidade de uma infraestrutura adequada e bem conservada para atender à demanda dos alunos em Florianópolis.
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