O número de gestantes fumantes no Brasil tem aumentado de maneira preocupante. Entre 2013 e 2019, a proporção de grávidas que fumam passou de 4,7% para 8,5%, de acordo com um estudo recente. No mesmo período, o percentual de mulheres não grávidas que fumam diminuiu de 9,6% para 8,4%. Esses dados mostram uma inversão de tendência e sugerem que muitas futuras mamães estão ignorando os riscos associados ao tabagismo durante a gravidez.
O aumento no número de gestantes fumantes é ainda mais preocupante entre as mulheres jovens, com menos de 25 anos, e aquelas que possuem escolaridade abaixo do ensino fundamental. Em 2019, o índice de grávidas fumantes nessa faixa foi maior do que entre as mulheres não grávidas. Além disso, o uso de dispositivos eletrônicos para fumar, como os vapes, tem se tornado comum entre as gestantes, sendo 50% mais frequente do que entre as mulheres não grávidas.
Esse fenômeno pode ser atribuído em parte à propaganda da indústria do tabaco, que frequentemente promove esses dispositivos como uma alternativa menos prejudicial ao cigarro tradicional. No entanto, especialistas alertam que essa percepção é enganosa e que esses dispositivos também representam sérios riscos à saúde. Cerca de dois terços das gestantes fumantes vivem em ambientes onde o tabaco é permitido, e o uso de dispositivos eletrônicos nesses locais é cerca de 70% maior do que em residências livres de fumaça. Esse comportamento contribui para uma maior aceitação social do tabagismo, o que pode levar à continuidade do vício durante a gravidez e além.
Fumar durante a gravidez não apenas prejudica a saúde da mãe, mas também traz consequências graves para o bebê. O tabagismo está associado a complicações como partos prematuros, baixo peso ao nascer e até mesmo morte neonatal. A exposição ao fumo passivo também representa um risco significativo para a saúde das crianças, que podem crescer em um ambiente onde o uso de tabaco é mais aceito socialmente, aumentando a probabilidade de se tornarem fumantes no futuro.
Diante desse cenário, especialistas destacam a necessidade urgente de retomar medidas efetivas para combater o uso do tabaco, especialmente entre as gestantes. Aumentar os preços e impostos sobre os produtos de tabaco, intensificar campanhas de conscientização e oferecer mais suporte para quem deseja parar de fumar são algumas das estratégias sugeridas para reverter essa preocupante tendência.
A luta contra o tabagismo é essencial para proteger a saúde das futuras gerações. Com cerca de 8 milhões de mortes anuais causadas pelo tabaco no mundo, incluindo 1,3 milhão por fumo passivo, a eliminação do tabaco é vista como uma medida vital para garantir o bem-estar da população global. É necessário continuar monitorando e combatendo o uso do tabaco durante a gravidez para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, que incluem promover a saúde e o bem-estar para todos.
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