A Operação Presságio, que entrou em sua segunda fase na última quarta-feira (29), revelou um complexo esquema de corrupção envolvendo a Secretaria de Turismo de Florianópolis. O foco principal das investigações é a “Cidade do Samba”, uma estrutura localizada nos fundos do CentroSul, que teria sido palco de diversas atividades ilícitas.
Detalhes da Corrupção
De acordo com o inquérito, a corrupção ativa e passiva foi demonstrada através de várias aquisições fraudulentas. Uma dessas aquisições foi para o evento de corrida Mountain Do, realizado entre os dias 2 e 4 de junho no Norte da Ilha. A Prefeitura de Florianópolis, através da Secretaria de Turismo, destinou R$ 130 mil à empresa Corre Brasil para a realização do evento.
Outro exemplo foi a licitação direcionada para a instalação de lonas na Cidade do Samba, um contrato orquestrado por René Raul Justino, então diretor de Projetos da Fundação Franklin Cascaes. A empresa de lonas, localizada em Palhoça, foi contratada por R$ 980 mil, com um contrato prorrogável por mais cinco anos, totalizando R$ 5,7 milhões aos cofres públicos. Até o momento, R$ 408.333,34 foram pagos, mas a última parcela não foi efetuada.
Histórico da Operação
A investigação da Operação Presságio começou em 2021, inicialmente focando em um crime ambiental de poluição envolvendo a empresa Amazon Fort. O contrato entre a Amazon Fort e a Prefeitura de Florianópolis durou 17 meses, totalizando R$ 29 milhões pagos à empresa.
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Esquema de Empresas Fantasmas
A operação também revelou um esquema de empresas fantasmas, liderado por Ed Pereira, Cleber Ferreira, Lucas da Rosa Fagundes e René Raul Justino. Cleber Ferreira, contador, recrutava “laranjas” para emitir notas fiscais frias para serviços nunca prestados. Renê Justino solicitava essas notas, Cleber as emitia e os pagamentos eram rapidamente desviados para os envolvidos.
Conversas obtidas pela polícia mostram Renê pedindo a Cleber para emitir notas fiscais fraudulentas, referindo-se a um emitente como “nosso MEI laranja”. Cleber desempenhava o papel de articulador, enquanto Renê coordenava o esquema.
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Destruição de Provas
Em uma tentativa de obstruir a investigação, Ed Pereira registrou um boletim de ocorrência sobre um suposto arrombamento em uma sala no Complexo Nego Quirido. O arrombamento teria ocorrido 11 dias antes do registro, e Ed afirmou que documentos importantes foram destruídos. A polícia suspeita que este incidente foi uma tentativa de “queimar” provas do esquema de corrupção.
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Prisões e Investigações
A segunda fase da Operação Presságio resultou na prisão de quatro pessoas: Ed Pereira, Cleber Ferreira, Lucas da Rosa Fagundes e René Raul Justino. A Polícia Civil continua investigando para identificar todos os envolvidos e garantir que os responsáveis sejam levados à justiça.
A defesa de Renê Justino argumenta que a medida cautelar para sua prisão decorre de “irregularidades” na obtenção de provas. Já a defesa de Cleber Ferreira ainda não se pronunciou oficialmente.
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Este caso evidencia a necessidade de transparência e rigor na administração pública, além de reforçar a importância da atuação das forças de segurança no combate à corrupção.
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