Para auxiliar os Municípios no enfrentamento da transmissão da dengue no Estado, o governo de Santa Catarina implantou o Centro de Operações de Emergências de Arboviroses (COE-Arboviroses/SC). O COE tem por principal objetivo, neste momento, o foco na região da Grande Florianópolis. Na ocasião, o governador anunciou o investimento de R$10 milhões para assistência dos casos de dengue dos Municípios.
“Esse grupo vai focar e unir os esforços para cuidar da saúde da região que mais registra casos de dengue no estado. E diante do cenário epidemiológico atual é fundamental o trabalho de todos. Além disso, o governo do Estado irá disponibilizar R$ 10 milhões para assistência dos casos de dengue para os municípios”, destaca Jorginho Mello, governador do Estado.
A ação integra diferentes órgãos do governo do Estado e municípios, permitindo a implantação de medidas rápidas e de forma intersetorial, tanto para controle do mosquito Aedes aegypti, como para assistência dos casos. O encontro foi promovido nesta segunda-feira (20), na Associção dos Municípios da Grande Florianópolis (GranFpolis).
O estado registrou 3.044 casos da doença, com um óbito confirmado (Florianópolis). O município de Palhoça concentra a maioria dos casos (38%), sendo que a transmissão já ocorre em nível de epidemia, ou seja, com uma elevada incidência.
A secretária de estado da Saúde, Carmen Zanotto, reforçou a importância da união dos esforços tanto do poder público quanto da população para prevenção da dengue. “A criação do COE arboviroses traz uma organização para as nossas ações. Esse ato demonstra que estamos todos juntos, Governo do Estado e municípios no enfrentamento à dengue. Não podemos permitir que uma doença que tem uma prevenção clara, se desdobre em óbitos”, alertou.
AJUDA PARA O MUNÍCIPIO
Desde o início do ano, São José vem registrando aumento nos casos de dengue. Atualmente possui 444 confirmados. Os bairros mais atingidos no Município foram, especialmente, Forquilhinha, Sertão do Maruim e Jardim Cidade. Por conta desse cenário, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde através da Diretoria de Vigilância Epidemiológica decretou situação de emergência na última semana.
“É importante que se crie consciência de que problema é de todos, e a prevenção pode ser com a ajuda todos, também. O recurso veio em boa hora, temos atuado com o que temos em mãos e não medimos esforços para as demandas. A secretaria de saúde é incansável na luta, mas precisamos somar esforços junto as demais prefeituras, governo do Estado e à população”, salientou o prefeito Orvino Coelho de Ávila.
Para a secretária municipal de saúde, Sinara Simioni, se faz necessário um investimento desses na área de endemias, principalmente para custear novos profissionais que a prefeitura está chamando. “O prefeito autorizou o chamamento de mais profissionais, que vão estar entrando nessa luta juntamente com as equipes e a população. Os técnicos têm feito seu papel, mas é fundamental que a população auxilie para que a gente consiga frear a questão da contaminação, pela dengue no nosso Município”, explicou Sinara.
Segundo Sinara, as unidades estão preparadas, estão com ampliação inclusive de carga horária de profissionais. “Os atendimentos estão seguindo o fluxo de uma atenção especial, de quem está chegando com sintomas da dengue. Como também a nossa Unidade de Pronto Atendimento (UPA) está preparada com teste inclusive, para diagnosticar o mais rápido possível e estar dando o tratamento necessário aos pacientes, no Município de São José”, completou a secretária.
A Prefeitura divulga semanalmente boletins epidemiológicos sobre dengue, zika vírus e chikungunya, as três doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
COE
Com o COE instituído será possível monitorar o cenário epidemiológico, desencadear medidas rápidas e de forma intersetorial que cabem ao Estado, assim como auxiliar as equipes municipais na intensificação das ações, tanto para controle do mosquito aedes aegypti como para assistência dos casos.
O local servirá para integrar as diversas estruturas da Secretaria do Estado de Saúde com as Secretarias Municipais da região da Grande Florianópolis. Além disso, o COE-Arboviroses também pode demandar outras áreas do Governo do Estado para auxílio nas atividades, conforme os mecanismos já estabelecidos para uma resposta coordenada.
A DOENÇA
A dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito aedes aegypti infectada com o vírus. Após a picada, os sintomas podem surgir entre quatro e 10 dias. A principal medida de prevenção da doença é eliminar os criadouros do mosquito.
“Dessa forma, neste momento, é fundamental que a população reforce as medidas de prevenção contra a dengue. Mais do que nunca, é necessário verificar locais que possam acumular água e eliminá-los. Essa continua sendo a melhor estratégia de prevenção”, explicou a diretora de vigilância epidemiológica Katheri Zamprogna.
Os sintomas são febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele. Podem ocorrer também náuseas e vômitos. Todos os casos devem ser monitorados quanto à presença de sinais de alarme, que são dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos, hipotensão postural, sangramentos de mucosa, letargia (sonolência) ou irritabilidade.
São considerados grupos de risco para dengue: crianças, gestantes, adultos com idade acima de 65 anos, pessoas com comorbidades, como hipertensão arterial ou outras doenças cardiovasculares graves, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica (Dpoc), asma, obesidade, doenças hematológicas crônicas (principalmente anemia falciforme e púrpuras), doença renal crônica, doença ácido péptica, hepatopatias e doenças autoimunes.