De acordo com a médica Lorena Balestra, a pesquisa mostra que trocar 50g de carne processada diariamente por legumes resultou em uma redução de 23% na incidência geral de doenças cardíacas. Além disso, a troca contribuiu para uma diminuição de 22% na incidência de diabetes tipo 2.
A revisão também destacou que substituir a manteiga por azeite e ovos por nozes está associado a um menor risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doença cardíaca. No entanto, outras substituições, como produtos lácteos, peixe, frutos do mar ou aves, não apresentaram uma associação clara com uma menor incidência de doenças cardíacas.
Embora as descobertas reforcem pesquisas anteriores sobre os benefícios das dietas à base de plantas, a revisão ressalta a consistência dos resultados, proporcionando um alto nível de confiança nas estimativas de efeito. O estudo também levanta questões sobre o possível papel de um estilo de vida saudável entre aqueles que preferem alimentos à base de plantas, embora ajustes para fatores como exercício, tabagismo e hábitos alimentares tenham sido considerados.
Lorena destaca que é importante notar que a troca direta de produtos à base de animais por produtos à base de plantas não garante automaticamente uma dieta saudável, “A qualidade da troca é crucial, por isso é necessário considerar a diversidade e necessidade alimentar. Por exemplo, não é inteligente trocar carne por alimentos como carboidratos. Muitos deixam de comer carne e começam a comer muita massa. O ideal é trocar fontes de proteínas por outras fontes de proteínas, só que vegetais”, acrescenta a profissional.
Enquanto a pesquisa oferece insights valiosos, Lorena destaca que tornar-se vegetariano ou vegano requer um planejamento cuidadoso para garantir a ingestão adequada de ferro e vitamina B12.
Sobre a Dra. Lorena Balestra
Lorena é médica pós-graduada em nutrologia e endocrinologia. Em 2013 fez um workshop de biologia molecular na Michigan State University, em Michigan. Pesquisadora no CPAH – Centro de Pesquisa e Análises Heráclito.