As fortes chuvas que atingiram a Grande Florianópolis nesta quinta-feira (16) surpreenderam moradores e autoridades, deixando um rastro de alagamentos, desabrigados e municípios em situação de emergência. A falta de alertas antecipados sobre a gravidade do temporal gerou críticas à Defesa Civil, que enfrentou dificuldades para prever e comunicar a dimensão do desastre.
Até a manhã de quinta-feira, os boletins oficiais indicavam apenas “risco moderado” para chuvas, sugerindo possíveis alagamentos pontuais nas áreas litorâneas. Porém, ao longo do dia, as condições meteorológicas mudaram drasticamente, resultando em volumes de chuva muito acima do esperado. Tijucas, por exemplo, registrou mais de 200 mm de chuva em apenas 12 horas, um número muito superior aos 75 mm previstos inicialmente.
Foi somente por volta das 13h30 que a Grande Florianópolis passou a ser classificada sob alerta vermelho, com indicação de “risco muito alto” para enchentes, deslizamentos e fluxos de detritos. Contudo, o sistema de alerta via celular, que deveria informar diretamente a população, só foi acionado às 14h55, quando diversas localidades já estavam inundadas.
O problema não passou despercebido pelos moradores, que expressaram sua insatisfação nas redes sociais da Defesa Civil, questionando a demora na atualização dos alertas e a eficácia do sistema de notificações. Houve relatos de atrasos significativos no envio das mensagens, que, segundo o órgão, foram causados por problemas técnicos com as operadoras de telefonia.
Impactos na região
Os municípios da Grande Florianópolis foram duramente atingidos pelo temporal. Florianópolis e Governador Celso Ramos decretaram situação de emergência, enquanto outras cidades próximas, como Tijucas, enfrentaram grandes dificuldades com alagamentos.
Até o final do dia, a Defesa Civil contabilizou pelo menos 180 pessoas desabrigadas no Litoral Norte, sendo 100 em Camboriú, 50 em Itapema e 30 em Porto Belo. Na Grande Florianópolis, embora nenhuma morte tenha sido registrada, os prejuízos materiais e os transtornos à população foram significativos.
O que dizem as autoridades
De acordo com a Defesa Civil, os modelos meteorológicos utilizados na previsão inicial não indicaram o volume extremo de chuva que ocorreu. As chuvas intensas foram atribuídas a uma circulação marítima mais acentuada do que o esperado, o que dificultou a antecipação do fenômeno.
Apesar das críticas, o órgão afirma que atualizou os alertas assim que possível e intensificou o monitoramento para minimizar os impactos em outras regiões do estado.
Reflexões e aprendizados
Os eventos na Grande Florianópolis acendem um alerta sobre a necessidade de melhorar os sistemas de previsão e comunicação de riscos. O uso de tecnologias mais avançadas e a integração entre meteorologistas, Defesa Civil e operadoras de telefonia devem ser priorizados para evitar que situações semelhantes voltem a ocorrer.
Para os moradores da região, fica o aprendizado de que a preparação e o acesso a informações confiáveis são essenciais para enfrentar desastres naturais como o registrado nesta semana.
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